Encontros com o cuidado infantil e a maternidade: investigando imaginários coletivos
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Alternative Title
Encounters with child care and motherhood: investigating collective imaginariesAuthor
Advisor
Vaisberg, Tania Maria Jose AielloDate
18/02/2021Content Type
TeseAccess rights
Acesso AbertoMetadata
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Esta tese objetiva investigar imaginários coletivos sobre o cuidado infantil e a maternidade. Justifica-se como produção de conhecimento compreensivo que pode contribuir para aprimorar a clínica psicológica, em vertentes preventivas e interventivas, bem como trazer subsídios para movimentos sociais que visem proteger a infância e melhorar a condição de vida da mulher. Articula-se metodologicamente por meio da abordagem de 36 estudantes de medicina, escolhidos como participantes por estarem engajados numa formação que propicia proximidade com mães, que são as acompanhantes habituais de crianças quando essas demandam atendimentos médicos. O material foi produzido em entrevistas psicológicas coletivas organizadas ao redor do uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. A consideração psicanalítica do material permitiu a produção interpretativa de cinco campos de sentido afetivo- emocional, nomeados como “Sublime amor”, “Mater dolorosa”, “Dedicação exclusiva”, “Conciliando atividades” e “Nem fada, nem bruxa”. Tais campos se configuram segundo dois arranjos imaginativos diferentes, formando dois supracampos: “Mãe-maravilha” e “Mulher comum”. Em conjunto, os resultados interpretativos apontam para um predomínio de marcada idealização da figura materna, imaginada como biologicamente preparada para ser forte, poderosa e capaz de generosidade ilimitada. Colocando-se como padrão inalcançável para as mães reais e concretas, tal idealização gera efeitos nocivos sobre a subjetividade feminina, servindo, portanto, à opressão da mulher. Além disso, carrega, de forma subliminar, a insinuação de que aquela cuja conduta não segue à risca o esperado estaria, de algum modo, violando leis da natureza. Aparecem, também, ainda que de modo raro, concepções segundo as quais o cuidado infantil, seria tarefa materna, mas não exigiria que a mãe fosse uma pessoa extraordinária. Por outro lado, constata-se a ausência de concepções vinculadas à ideia de que cuidar é trabalho reprodutivo, que pode ser assumido por adultos independentemente de sua condição de gênero. O quadro geral aponta para certo conservadorismo, no âmbito do qual ainda não despontaram visões que permitam que o cuidado infantil direto, um dos trabalhos de maior efeito na realização do potencial ético e afetivo do ser humano, possam ser compartilhados entre homens e mulheres adultos, não apenas no âmbito da família nuclear, mas também da família extensa, da comunidade e das instituições sociais.
This thesis aims to investigate collective imagination about childcare and motherhood. This research is important as production of comprehensive knowledge which can contribute to improve the psychological clinic in preventive and interventive parts as well it can provide support for social movements that intend to protect the children and to improve the conditions of women lives. It is methodically based on the approach of 36 medical students who were chosen as participants due to the fact that their professional formation allows them to be closer to the mothers that usually accompany the children when they need medical care. This study took place during psychological collective organized interviews based on the procedure of drawing-stories with a theme. The psychoanalytical consideration of the material allowed the production of five fields of emotional-affective sense, named as “Sublime Love”, “Mater dolorosa”, “Full Time Service”, “Conciliating Activities” and “Nor Fairy Neither Witch”. These fields were configurated according to two different imaginative arrangements which formed two super fields: “Wonder Mother” and “Common Woman”. The interpretative results combined point up to a dominance of a strong idealization of the mother figure, imagined as biologically prepared to be strong, powerful and capable of unlimited generosity. This idealization is considered as an unachievable pattern for real and concrete mothers and this generates harmful effects on the feminine subjective and it serves therefore as a form of woman´s oppression. Besides, this notion carries in a subliminal way the suggestion that the woman who doesn´t behave as the pattern would be violating the laws of nature. It also appears, although more rarely, notions which say that childcare is a woman´s work, but it would not demand that the mother should be an extraordinary human being. Conversely, it is verified the lack of notions bound to the idea that caring for a child is a reproductive work which can be undertaken by adults independently of their gender. The general context points up to a certain conservatism that doesn´t demonstrated other notions which allow direct childcare actions, one of the works that has more effect in the realization on ethical and affective potential in the human being, could be shared between men and women, not only in a familiar environment but also among extended family members, or community members or even social institutions.
El objetivo de esta tesis es investigar imaginarios colectivos sobre el cuidado infantil y la maternidad. Se justifica como producción de conocimiento comprensivo que puede contribuir para perfeccionar la clínica psicológica en vertientes preventivas e interventoras, así como traer subsidios para movimientos sociales que tengan como objetivo proteger la infancia y mejorar la condición de vida de la mujer. Se articula metodológicamente por medio del abordaje de 36 estudiantes de medicina, escogidos como participantes por estar comprometidos en una formación que propicia una proximidad con las madres, que son las acompañantes habituales de los niños cuando solicitan atención médica. El material se produjo en entrevistas psicológicas colectivas organizadas alrededor del uso del Procedimiento de Dibujos-Historias con Tema. La consideración psicoanalítica del material permitió la producción de cinco campos de sentido afectivo-emocional, denominados como “Sublime amor”, “Mater dolorosa”, “Dedicación exclusiva”, “Conciliando actividades” y “Ni hada, ni bruja”. Tales campos se configuran de acuerdo con dos arreglos imaginativos diferentes, formando dos supracampos: “Madre maravilla” y “Mujer común”. En conjunto, los resultados interpretativos señalan un predominio de marcada idealización de la figura materna, imaginada como una persona biológicamente preparada para ser fuerte, poderosa y capaz de tener una generosidad ilimitada. Colocándose como patrón inalcanzable para las madres reales y concretas, tal idealización genera efectos nocivos sobre la subjetividad femenina sirviendo, por tanto, a la opresión de la mujer. Además, insinúa de forma subliminar que aquella cuya conducta no siga al pie de la letra lo que se espera estaría de algún modo violando las leyes de la naturaleza. Aunque de forma rara, aparecen también concepciones según las cuales el cuidado infantil sería tarea materna pero no exigiría que la madre fuese una persona extraordinaria. Por otro lado, se constata la ausencia de concepciones vinculadas a la idea de que cuidar es un trabajo reproductivo, que puede ser asumido por adultos independientemente de su condición de género. El cuadro general indica cierto conservadurismo, en el ámbito del que aún no surgieron visiones que permitan que el cuidado infantil directo, uno de los trabajos de mayor efecto en la realización del potencial ético y afectivo del ser humano, pueda ser compartido entre hombres y mujeres adultos, no solo en el ámbito de la familia nuclear, sino también de la familia extensa, de la comunidad y de las instituciones sociales.
Keywords
Cuidado infantilMaternidade
Psicologia clínica
Pesquisa qualitativa
Método psicanalítico
Child care
Motherhood
Clinical psychology
Qualitative research
Psychoanalytic method
Cuidado del niño
Maternidad
Psicología clínica
Investigación cualitativa
Método psicoanalítico