dc.description.abstract | A realidade sobre as coisas últimas e dos mistérios da Escatologia, que dizem respeito à
ventura final de cada pessoa humana, mostram-se motivo de inquietação no que tange as
investigações teológicas de todos os tempos. Essa realidade baseia-se, sobremaneira, no
mistério pascal de Cristo, que ocupa lugar central na fé cristã e encabeça a hierarquia de
verdades. Embora tenha já Jesus, desde a Revelação à comunidade apostólica, afirmado a
realidade da visão beatífica ou do estado de auto-exclusão eterno, há ainda algo de muito
conflituoso, sobretudo no diálogo ecumênico, no que tange o dogma do Purgatório. Essa
realidade, afirmada pela Igreja, não se enquadra entre os novíssimos, já que é um estado de
consciência que tende a ser extinto. Conquanto, carrega em seu bojo debates taxativos e
incólumes. Isso se deve a uma interpretação que coaduna o mistério do estado intermediário
entre a morte e a visão beatífica a uma espécie de câmara de torturas e castigos, donde se
esquiva, ou, onde sequer aparece a Misericórdia de Deus. Nesse contexto, há um paralelo
panorama entre aquilo que é, de fato, a doutrina da Igreja sobre o estado de purificação e
aquilo que corresponde ao imaginário popular e que colabora ou deteriora as explicitações
acerca desse. Assim, no diálogo ordenado de forma metodológica, pode-se compreender o que
permanece sobre o imaginário do Purgatório e a sua Doutrina, no desenrolar da história para
uma aplicação pastoral, de sentido antropológico e teológico, da oração pelas almas. Estas,
completamente partícipes da comunhão dos santos, recebem como sufrágios as indulgências
que se lhe ofertam pela oração dos vivos e pelos méritos dos santos. Desse modo, responde-se
à indagação hodierna do que, de fato, tenha permanecido sobre tal Doutrina e o que, ao invés,
traveste-se de fantasia e causa impiedade e olhar soslaio aos que se apresenta. | pt_BR |