Plano de reestruturação do centro de Santos: Uma contrapartida da expansão do porto

Abstract

Abordar a relação do processo urbano junto ao meio ambiente é um conteúdo complexo, mas de extrema importância para o desenvolvimento das cidades. A circunstância habitual é o da paisagem natural perdendo o lugar para paisagem artificial urbana, que se propaga de uma maneira excessiva e desorde - nada e que assim, estabelece o tipo de relação que a cidade/ homem tem com o meio ambiente: remota, ainda que completa - mente dependente e coexistente no mesmo espaço. Tratar deste tema é também dar espaço as complexi - dades decorrentes, como o desafio da reconversão urbana em um cenário onde houve e ainda há grande presença -direta e indireta- do Porto e suas dinâmicas, impactando na conformação do tecido urbano do seu entorno, em vigência da falta de gestão e planejamento urbano, gerando uma ocupação do solo desor - denada, abandono e marginalização das áreas centrais e poluição das águas. A água, a vegetação e a topografia devem servir como elementos base para a conformação do tecido urbano, atuan - do como condicionantes naturais impostas para o homem e seu crescimento desenfreado, para que assim consigam coexistir em equilíbrio. Os grandes desafios encontrados no território de San - tos foram colocados por todos os aspectos naturais existentes (a grande presença da água e a centralidade do morro) somada à barreira criada pela grande extensão do Porto na cidade, ge - rando assim um crescimento descontrolado tanto em direção ao morro, com as construções nas encostas, quanto em direção à água com as construções em palafitas, visto que o restante do território está já consolidado, embora com a presença expressiva de edificações ociosas e sem uso. Mesmo diante dessa situação alarmante de expansão, é importante entender como a cidade e sua relação com os sistemas ambientais podem se transformar em uma estrutura em que ambos os lados consigam consolidar uma existência harmônica. O propósito deste trabalho é enfrentar esses desafios e tensões colocadas sobre o território - pressionado de um lado pela água, representando a natureza que resiste, de outro pela expansão do porto e de outro pela cidade tentando se constituir no espaço.