dc.description.abstract | Buscando compreender a origem e o fundamento da estrutura política de seu tempo, na trilha de Michel Foucault, o jusfilósofo italiano Giorgio Agamben realiza investigação arqueológico-genealógica, que resulta no seu projeto filosófico (composto por nove livros) intitulado Homo Sacer. Ao longo de sua pesquisa, o autor identifica e propõe paradigmas que o auxiliam a responder a tal objetivo, dentre estes, retoma do direito arcaico romano a figura do homo sacer que, naquele contexto, remetia à exclusão, ao banimento de um homem de sua comunidade, sendo vetado seu sacrifício aos deuses: tornava-se matável e insacrificável. A partir do amplo quadro teórico apresentado por Agamben em torno da articulação entre vida nua (homo sacer) e soberania, pretende-se, por esta dissertação, “lançar luz” sobre o homo sacer, que se configura, na sua obra, como o referencial da política ocidental. Para tanto, torna-se indispensável compreender sua articulação a outros conceitos e paradigmas desenvolvidos na pesquisa de Agamben, como, por exemplo, estado de exceção, bando e campo, discussão que se localiza mais diretamente nas três primeiras obras do projeto, a saber, Homo Sacer I (1995), O que resta de Auschwitz (1998) e Estado de exceção (2003). O percurso metodológico adotado nesta dissertação foi o bibliográfico, e o aprofundamento na temática implicou no estudo de autores chave no trabalho de Agamben. A função política atribuída pela sacralidade à vida instiga ampla reflexão e argumentação acerca dos conceitos e concepções que se consolidaram sobre a tradição ocidental, bem como a respeito da compreensão dos problemas crescentes no tempo presente. | |