As redes colaborativas na escola sob a ótica de professores dos anos iniciais do ensino fundamental

Abstract

Em quais condições ocorre (ou não) a construção das relações e redes colaborativas na escola? Partindo dessa questão, que teve origem nas observações e inquietações vividas e sentidas no trabalho diário na escola, nosso objetivo geral visou investigar a construção de relações e redes colaborativas numa escola pública, tomando por foco o trabalho pedagógico. Antes de ser o objetivo geral dessa pesquisa, esta foi e tem sido, empiricamente, uma busca de fortalecimento e resistência diante de dificuldades e problemas profissionais mais amplos e complexos do que aqueles que um professor sozinho pode solucionar. Na busca por respostas a essa questão, realizamos inicialmente uma revisão teórica na BDTD, guiados pelos descritores: “relações colaborativas”, “escolas colaborativas” e “trabalho colaborativo”. Buscamos embasamento teórico sobre a origem e constituição das redes, do significado da palavra colaboração associado à história do trabalho e às iniciativas colaborativas relacionadas ao trabalho do professor. Em paralelo ao levantamento bibliográfico, realizamos um Estudo de Caso no decorrer do ano letivo de 2018, com acompanhamento das práticas pedagógicas desenvolvidas por professoras numa escola municipal de Ensino Fundamental I do interior do Estado de São Paulo. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa: questionários e entrevistas, aplicados aos professores nessa escola e realizadas observações diretas intensivas cotidianamente, durante o ano letivo, com registros em diário de campo. Em posse do material empírico tabulado, ancoradas principalmente em Lima (2002) e Hargreaves (1998), realizamos as análises e discussões abordando a cultura colaborativa e possíveis redes de colaboração, na escola. Ao encerrarmos essa pesquisa consideramos a existência de relações colaborativas na escola com características específicas que dialogam com o contexto onde foram produzidas. O movimento de expansão das parcerias colaborativas entre os professores, sob o aspecto de desenvolvimento profissional revelou a constituição de redes envolvendo professores e parceiros externos à escola, com a aproximação desencadeada por questões com origem nos desafios vividos nas práticas pedagógicas. Dessa forma, ao identificar a construção de relações e redes colaborativas na escola, reconhecemos os limites dessa pesquisa, quanto ao mapeamento detalhado das parcerias nela envolvidas e seus desdobramentos, apresentando espaço aberto às investigações futuras.

Under what conditions (or not) does the construction of collaborative relationships and networks occur at school? Starting from this question, which originated from the observations and concern experienced and felt in the daily work at school, our general objective aimed to understand how (or not) the construction of collaborative relationships and networks takes place in a public school, focusing on pedagogical work. Before being the general objective of this research, this was and has been, empirically, a search for strengthening and resistance in the face of wider and more complex professional difficulties and problems than those that a teacher alone can solve. In the search for answers to this question, we initially performed a theoretical review at BDTD, guided by the descriptors: “collaborative relationships”, “collaborative schools” and “collaborative work”. We seek a theoretical basis on the origin and constitution of networks, the meaning of the word collaboration associated with the history of work and collaborative initiatives related to the teacher's work. In parallel to the bibliographic survey, we carried out a Case Study during the academic year of 2018, with monitoring of the pedagogical practices developed by teachers in a municipal Elementary School in the interior of the State of São Paulo. Were used as research instruments were used: questionnaires and interviews, applied to teachers at this school and intensive direct observations were made daily, during the school year, with field diary records. In possession of the tabulated empirical material, based mainly on Lima (2002) and Hargreaves (1998), analyzes and discussions were carried out addressing collaborative culture and possible collaboration networks at school. When we finish this research, we consider the existence of collaborative relationships in the school with specific characteristics that discourse with the context where they were produced. The movement to expand collaborative partnerships between teachers, under the aspect of professional development, revealed the establishment of networks involving teachers and partners external to the school, with the approach triggered by questions with origin in the challenges experienced in pedagogical practices. Thus, when identifying the construction of collaborative relationships and networks in the school, we recognize the limits of this research, as for the detailed mapping of the partnerships involved in it and its consequences, presenting an open space for future investigations.