Gênero e drogas: imaginário de trabalhadores de um serviço de saúde mental
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Gender and drugs: workers‟ imaginary of a mental health serviceAutor
Orientador
Vaisberg, Tania Maria Jose AielloData de publicação
28/01/2020Tipo de conteúdo
DissertaçãoDireitos de acesso
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O presente estudo objetiva investigar o imaginário coletivo de trabalhadores de um serviço de saúde mental pública sobre a usuária de drogas, na perspectiva da psicologia psicanalítica concreta. Justifica-se na medida em que a sociedade contemporânea se organiza, em muitos aspectos, de acordo com normas de gênero, que podem interferir na forma como pessoas em geral – e trabalhadores da área da saúde mental em particular – se relacionam com as usuárias. Organizado como pesquisa qualitativa com método psicanalítico, abordou 12 trabalhadores de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas em entrevistas psicológicas coletivas articuladas ao redor do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. A consideração psicanalítica do material permitiu a produção interpretativa de quatro campos de sentido afetivo-emocional: “Vida cruel”, “Substância maléfica”, “De mal a pior” e “Salva pela maternidade”. Constata-se uma divisão no que tange à concepção da dependência de substâncias como determinada pela dramática do viver ou causada pela ação psicofarmacológica da própria droga sobre o organismo. Nota-se também uma convergência de visões pessimistas no que diz respeito à impossibilidade de superação do problema, que não se altera em função do gênero do usuário, tendência que se modifica quando se imagina que tornar-se mãe pode curar a mulher. O quadro geral impõe a conclusão de que a combinação entre a lucidez expressa pelo campo “Vida Cruel” e o pessimismo contido no campo “De mal a pior” anuncia que, de acordo com o imaginário dos participantes, o uso de drogas se vincula fortemente ao contexto de pobreza e desigualdade social. Ao mesmo tempo, indica que o gênero se faz importante quando vinculado à condição materna.
The present research aims to investigate the collective imaginary of a public mental health service‟s workers about female drug user, into a concrete psychoanalytic psychological perspective. It is justified as the contemporary society is organized, in many aspects, according to gender norms, in a way it can interfere with how people in general – and the mental health workers in particular – relate to such female users. Organized as a qualitative research with psychoanalytic method, it approached 12 workers from an Alcohol and Drugs Psychosocial Care Center in collective psychological interviews articulated around the use of Thematic Story-Drawing Procedure. The psychoanalytical consideration of the material allowed the interpretative production of four fields of affective-emotional meaning: “Cruel life”, “Evil substance”, “From bad to worse” and “Saved by motherhood”. There is a division regarding the conceiving of substance dependence as determined by the dramatic of living or caused by the psychopharmacological action of the drug itself on the organism. There is also a convergence of pessimistic views regarding the impossibility of overcoming the problem which does not change according to the user‟s gender, but does change when one imagines that becoming a mother might heal the woman. The overall picture imposes the conclusion that the combination between the lucidity expressed by the “Cruel Life” field and the pessimism contained in the “From bad to worse” field announces that, according to the participants' imaginary, the use of drugs is strongly linked to the context of poverty and social inequality. At the same time, it indicates that gender is important when linked to the maternal condition.
Palavras-chave
GêneroDrogas
Trabalhadores
Imaginários coletivos
Sofrimentos sociais
Método psicanalítico
Gender
Drugs
Workers
Collective imaginary
Social suffering
Psychoanalytic method