Sou um líder e agora? a experiência psicológica de tornar-se líder de equipe

Abstract

A primeira vivência de liderança é considerada como a mais complexa na carreira de um gestor por representar demandas psicológicas e contextuais complexas para as quais novos líderes não estão preparados. Considerando que há lacunas de estudos sobre o tema esta pesquisa visa oferecer uma visão experiencial sobre vivências e significados que novos líderes atribuem à primeira experiência de liderança. A metodologia foi qualitativa, de caráter exploratório e o recurso utilizado foi a Narrativa Processual. Participaram da pesquisa sete profissionais que assumiram pela primeira vez a liderança de uma equipe. A análise dos resultados foi realizada a partir da Abordagem Experiencial de Eugene Gendlin e do Paradigma do Life Design, de Mark Savickas. Diante da situação iminente de liderarem uma equipe, vivenciaram sentimentos muitas vezes sobrepostos e conflitantes e precisaram se adaptar a um novo papel e contexto para o qual não estavam preparados. Novos líderes manifestaram seus valores, crenças, interesses e expectativas pessoais e procuraram implementá-los para construir, intencionalmente um novo contexto, demonstrando a centralidade do trabalho em suas vidas. Seus lemas de vida e visão de mundo funcionavam como uma bússola para o próprio estilo de liderar, funcionando como uma referência para soluções de problemas vividos. A criação do contexto favorável, por parte da organização, contribuiu com a receptividade e legitimação dos participantes como líderes, facilitando sua adaptação e gerando sentimentos de pertencimento, orgulho e reconhecimento. Gradualmente, os participantes foram compreendendo o significado de ser líder, passando por um processo de adaptação, aprendizagem e mudança de identidade. Foi possível compreender a aplicabilidade da Abordagem Experiencial para realização de pesquisas, tornando-se uma estratégia relevante de exploração de fenômenos relacionados ao trabalho.

The first experience of leadership is considered the most complex in a manager's career because it represents complex psychological and contextual demands for which new leaders are not prepared. Considering that there are gaps in studies on the topic, this research aims to offer an experiential view on experiences and meanings that new leaders attribute to the first leadership experience. The methodology was qualitative, exploratory and the resource used was the Process Narrative. Seven professionals participated in the research, who assumed the leadership of a team for the first time. The analysis of the results was carried out using the Experimental Approach of Eugene Gendlin and the Paradigm of Life Design, by Mark Savickas. Faced with the imminent situation of leading a team, they often experienced overlapping and conflicting feelings and needed to adapt to a new role and context for which they were not prepared. New leaders expressed their values, beliefs, interests and personal expectations and sought to implement them to intentionally build a new context, demonstrating the centrality of work in their lives. His mottoes of life and worldview functioned as a compass for his own style of leadership, functioning as a reference for solving problems experienced. The creation of a favorable context on the part of the organization contributed to the receptivity and legitimacy of the participants as leaders, facilitating their adaptation and generating feelings of belonging, pride and recognition. Gradually, the participants began to understand the meaning of being a leader, going through a process of adaptation, learning and change of identity. It was possible to understand the applicability of the Experiential Approach to conducting research, becoming a relevant strategy for exploring work-related phenomena.