O papel das ecovilas rurais no desenvolvimento local sustentável

Abstract

As ecovilas são organizações sociais surgidas do movimento pacifista das comunidades alternativas e contracultura pela ecologia e direitos humanos, na década de setenta. Essas comunidades detém um protagonismo social diferenciado, elevado em capital social e natural, as quais têm sido sugeridas como proposta de transição consciente da sociedade moderna capitalista para uma sociedade sustentável, até então não alcançada por políticas públicas e iniciativas empresariais. Porém, a maior parte desses assentamentos ainda permanece irregular no Brasil, assaltados por fatores desintegradores de um sistema fundiário arcaico, fechado e exclusivista, que orquestra o contexto político, financeiro e jurídico do país. Este estudo foi desenvolvido a partir de levantamento bibliográfico e documental, além de envolver pesquisa de campo por meio de entrevistas semiestruturadas com líderes e membros de ecovilas rurais paulistas. Os resultados apontaram as ecovilas como agentes do desenvolvimento local sustentável em seus quatro capitais (social, econômico, político-institucional e natural) e suas contribuições à Agenda 2030, bem como as ameaças que possam impactá-las no país.

Ecovillages are social organizations that emerged in the 1970s from the pacifist movement of alternative communities and counterculture for ecology and human rights. These communities have a differentiated social role with high levels of social and natural capital, which have been suggested as a proposal for a conscious transition from modern capitalist society to a sustainable society, hitherto unachievable through public policy and corporate initiatives. However, most of these settlements still remain irregular in Brazil as they are under attack from the corrosive factors of an archaic, closed and exclusive land system that orchestrates the country's political, financial and legal context. This research was developed from a bibliographic and documentary survey, in addition to incorporating fieldwork through semi-structured interviews with leaders and members of rural ecovillages in São Paulo. The results pointed out ecovillages as agents of sustainable local development in their four capitals (social, economic, politico-institutional and natural), their contributions to the 2030 Agenda and the threats that could affect their activities in Brazil.