dc.description.abstract | A linha de cuidado em saúde mental é fundamentada no modelo
assistencial comunitário, em que as ações nos serviços devem ser construídas em
conjunto entre os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar e o usuário.
Dentre eles está o fonoaudiólogo, atuando de forma conjunta, compartilhando
experiências e conhecimentos a partir de um olhar integral ao sujeito em sofrimento
psíquico. Objetivo: realizar revisão documental relacionada a políticas públicas
voltadas à linha de cuidado à saúde mental e uma revisão de literatura de estudos
brasileiros que relacionam a atuação fonoaudiológica na saúde mental no âmbito do
Sistema Único de Saúde. Métodos: estudo de caráter qualitativo, descritivo,
investigativo e comparativo, elaborado em duas etapas, sendo a primeira uma revisão
documental e a segunda revisão de literatura de estudos brasileiros. Na documental,
foram pesquisadas políticas públicas brasileiras voltadas ao cuidado em saúde
mental, âmbito do Sistema Único de Saúde, constantes em sites oficiais do governo.
Na revisão de literatura a pesquisa ocorreu através de consulta às bases de dados,
Lilacs e Scielo, buscando-se estudos científicos nacionais, publicados entre 2006 a
2020, voltados à atuação fonoaudiológica em saúde mental. Resultados:
selecionadas nove portarias e duas leis relacionadas à linha de cuidado em saúde
mental, as quais caracterizam e direcionam o modelo assistencial de base
comunitária, protocolos e diretrizes terapêuticas e os direitos às pessoas com
transtornos mentais. Com a criação das leis e portarias, observaram-se grandes
avanços nas políticas públicas em saúde mental, fortalecendo e ampliando a rede de
cuidados e garantindo uma atenção integral e humanitária. No entanto, tais políticas
passaram por mudanças a partir de 2016, resultando em retrocessos nas conquistas
obtidas pela Reforma Psiquiátrica Brasileira e impactando diretamente a Política
Nacional de Saúde Mental, havendo a necessidade de revisão e prováveis ajustes à
integralidade no atendimento em saúde mental. Para revisão da produção científica
fonoaudiológica foram selecionados cinco estudos relacionados à atuação em
fonoaudiologia na rede de cuidados em saúde mental. Verifica-se que a prática
fonoaudiológica nesta rede apresenta vertente generalista, tendo como principal ação
a escuta clínica qualificada, a qual visa acolher e estabelecer o vínculo afetivo.
Apresenta intervenção terapêutica individual e grupal, priorizando os contextos e
vivências grupais, e é considerado um profissional que media casos em que há
dificuldade na comunicação. Além disso, evidencia maior inserção na atenção
especializada em Centro de Atenção Psicossocial infanto-juvenil (CAPS ij) e atuação
predominante em Transtorno do Espectro Autista (TEA), compondo as equipes
multiprofissionais. Conclusão: é necessário traçar novos caminhos no cenário
político-social, além de se investir na produção científica, especialmente na área da
fonoaudiologia, visto que há escassez quando se trata deste profissional inserido na
linha de cuidado em saúde mental e em especial na atuação com o público adulto. | pt_BR |