‘Ser menino’ nas narrativas de pais: estudo fenomenológico-hermenêutico
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Título alternativo
‘Being a boy’ in parents’ narratives: a phenomenological-hermeneutic studyAutor
Orientador
Oliveira, Wanderlei Abadio deData de publicação
15/02/2023Tipo de conteúdo
Dissertação de mestradoPrograma de Pós-Graduação
PsicologiaDireitos de acesso
Acesso abertoMetadados
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Atualmente, a construção social dos gêneros feminino e masculino tem sido tema de diferentes investigações científicas e é no âmbito familiar, ainda nas primeiras interações, que as estruturas de crenças nesse sentido são reforçadas ou podem ser redimensionadas. Essa investigação tem como objetivo conhecer narrativas de pais (homens) de pessoas do sexo masculino sobre o que é “ser menino”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter fenomenológico-hermenêutico, e seus desdobramentos assumem a historicidade do desenvolvimento de preconcepções sobre a formação de conceitos sobre o que é ‘ser menino’. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com quatro homens, todos pais de meninos. Os participantes foram selecionados por conveniência e foi aplicada a técnica snowball. Os dados foram analisados por meio da análise fenomenológica interpretativa (AFI). Como pesquisa qualitativa de base fenomenológico-hermenêutica, adotou-se como premissa o desenvolvimento de um caminho de coleta de dados que possibilitou um espaço mais flexível para que os pais participantes pudessem discorrer sobre o tema. Assim, verificou se perspectivas em comum nas narrativas dos participantes. Eles expressaram preconcepções sobre o que é ‘ser menino’, evidenciando que, a partir dessas crenças, eles balizam algumas de suas expectativas sobre os filhos e direcionam modos de educar, o que, consequentemente e conforme interpretamos, impacta de algum modo na formação dos seus filhos. As narrativas apresentadas também demonstraram que o contato com o tema e a possibilidade de reflexão sobre ele fez com que esses pais elaborassem seus pensamentos a partir de perspectivas que indicam movimentos para ressignificar algumas de suas preconcepções. Assim, verificou-se que a própria experiência de educar os filhos já era um elemento de inquietação e reflexão diante do fato de que nem sempre seus filhos reforçavam as expectativas paternas, quase sempre fundamentadas em crenças sociais sobre o que é ‘ser menino’. Conclui-se, portanto, que o trabalho de análise e interpretação de narrativas dos pais sobre seus filhos serve à psicologia no sentido de compreender como ou de que forma as preconcepções sobre os modos de Ser da criança impactam no desenvolvimento. E, no caso desse estudo, de que maneira as preconcepções sobre ‘ser menino’ direcionam o modo como os meninos podem ser educados, bem como a forma que eles estruturam suas próprias subjetividades a partir do contato com seu mundo e seus contextos sociais.
The current social construction of the feminine and masculine genders has been the subject of different scientific investigations. In the family environment, during the first interactions, the structures of beliefs in this sense are reinforced or can be reshaped. This study sought to discover narratives from (male) fathers about the upbringing of male children. This is a qualitative, phenomenological-hermeneutic study, and its unfoldings assume the historicity of the development of preconceptions about the formation of concepts about what it is to ‘be a boy.’ The data was collected through semi-structured interviews with four male fathers of boys. The participants were selected by convenience, and the snowball technique was applied. The data were analyzed using interpretative phenomenological analysis. As a phenomenological hermeneutic-based qualitative study, we adopted as a premise the development of a data collection path that allowed a more flexible space for the participating fathers to discuss the theme. Hence, common perspectives were found in the participants’ narratives. They expressed preconceptions about what it is to ‘be a boy,’ showing that, based on these beliefs, they guide some of their expectations about their children and direct ways of educating them, which consequently, and as we interpret, impacts in some way on the formation of their children. The narratives presented also showed that the contact with the theme and the possibility of reflection on it made these parents elaborate their thoughts from perspectives that indicate movements to redefine some of their preconceptions. Therefore, it was possible to verify that the very experience of raising their children was already an element of uneasiness and reflection on the fact that their children did not always reinforce their parents’ expectations, almost always based on social beliefs about what it is to ‘be a boy.’ Our findings enabled us to conclude, therefore, that the work of analysis and interpretation of parents’ narratives about their children serves psychology in the sense of understanding how or in what way preconceptions about the ways of being a child impact development. Moreover, in the case of this study, how preconceptions about ‘being a boy’ direct how boys can be educated and how they structure their subjectivities from contact with their world and social contexts.
Palavras-chave
PsicologiaGênero
Fenomenologia
Pesquisa qualitativa
Psychology
Gender
Phenomenology
Qualitative research