Vale do Anhangabaú: um estudo sobre o espaço construído e reconstruído

Abstract

O Vale do Anhangabaú é um espaço público muito específico e configurado como residual na área central da cidade de São Paulo. Foi campo de inúmeras discussões, propostas, projetos e intervenções que modificaram sua paisagem durante todo o século XX. Este trabalho tem como objetivo entender a forma urbana existente neste Vale em seus períodos históricos – como plantação de chá, como parque, como conexão e como laje, a partir da leitura dos elementos morfológicos – topografia, traçado urbano, espaço aberto público e edificado. A análise destes elementos, através dos vestígios das intervenções urbanas passadas e dos processos socioespaciais que constituíram a forma, a função e a apropriação na área, baseia-se nas referências teóricas de José Garcia Lamas e Phillipe Panerai, do método do sistema perceptivo de legibilidade de Kevin Lynch, do critério da teoria da Gestalt e da análise visual de Gordon Cullen. A ideia é relacionar neste objeto de estudo a compreensão das formas urbanas e a leitura do espaço abrangido pelo observador, na escala da rua ou da praça. Busca-se, ao final da dissertação, refletir sobre os caminhos possíveis para a retomada do espaço público no Vale.

Vale do Anhangabaú is a very specific public space and it is termed as residual in the central part of São Paulo city. It has been the object of many discussions, proposals, projects and interventions that have modified its landscape along the entire 20th century. This paper is aimed to understand the existing urban form in this Vale and its historical periods – such as tea plantation, park, connection and roof slab from the reading of the morphological elements – topography, urban layout, town square and buildings. The analysis of these elements, through the past urban intervention traces and socio-spatial processes that created the form, the function and the appropriation of the area, are based on the theoretical references of José Garcia Lamas e Phillipe Panerai, the method of the perceptive legibility system of Kevin Lynch and the foundations of Gestalt Theory and the visual analysis of Gordon Cullen. The idea of this paper is to relate the understanding of urban forms and the reading of the covered space by the observer, in the dimensions of the street or the town square. The outcomes of this paper are to ponder over the possible ways to retake the public space form Vale.