Escala de Avaliação Psicossocial de atletas em formação: estudos psicométricos

Abstract

A forma como o atleta se relaciona com outras pessoas do seu convívio e como essa relação influencia o desempenho esportivo e a motivação constitui o nível psicossocial, aspecto de extrema relevância na trajetória esportiva de atletas de alto rendimento. Apesar dessa constatação, ainda não há, no Brasil, nenhum instrumento disponível para avaliar aspectos psicossociais gerais relacionados à rotina de atletas em formação. Diante desse cenário, a presente tese teve como objetivo desenvolver a Escala de Avaliação Psicossocial de Atletas em Formação e investigar suas qualidades psicométricas. Para tanto, foram propostos cinco estudos: o primeiro refere-se à construção da escala, que embasado na literatura, apresentou, em sua versão inicial, 158 itens. O segundo estudo envolveu a busca de evidências de validade baseadas no conteúdo, contando com a participação de cinco juízes e cujo resultado indicou a adequação de 136 itens. O terceiro estudo visou verificar a adequação do instrumento junto a população alvo, através de estudo piloto conduzido junto a 12 atletas. Ajustes indicados pelos participantes foram realizados no instrumental. O quarto estudo buscou evidências de validade baseadas na estrutura interna e precisão do instrumento, contando com a participação de 518 atletas, sendo 440 do sexo masculino, todos federados por clubes de alto rendimento. Os resultados indicaram uma estrutura composta por 11 fatores intitulados suporte familiar adequado (F1), adaptação ao clube esportivo (F2), bem-estar e influência do treinador (F3), dificuldades de adaptação ao clube (F4), suporte social positivo (F5), estratégias de enfrentamento e resiliência (F6), engajamento acadêmico (F7), bem-estar emocional (F8), bem-estar e recuperação física (F9), ausência de suporte familiar (F10) e feedback sobre desempenho (F11). A versão final da escala passou a registrar um total de 108 itens. Quanto a precisão, os coeficientes de alfa de Cronbach apontaram adequação para todos os fatores da escala, variando entre α=0,733 e α=0,899. No quinto e último estudo, cujos resultados foram baseados na mesma amostra do Estudo 4, buscou-se evidências de validade baseadas na relação com variáveis externas. As seguintes variáveis se mostraram significativas: idade (F1, F2, F7 e F8), sexo (F1, F3, F6, F7 e F8), escolaridade (F5, F7 e F8), tipo de vínculo (F2 e F7), tempo de estadia na organização esportiva (F2, F5 e F11) e período de ingresso no clube esportivo (F4 e F8). Ao final dessas investigações, pode-se concluir que foram identificadas evidências iniciais de validade e precisão para a Escala de Avaliação Psicossocial de Atletas em Formação, cabendo a condução de novos estudos a fim de que, futuramente, a escala possa ser disponibilizada para uso profissional

The way in which the athlete relates to other people in his or her life and how this relationship influences sports performance and motivation, constitutes the psychosocial level, an extremely relevant aspect in the sports trajectory of high- performance athletes. Despite this finding, there is still no instrument available in Brazil to assess the general psychosocial aspects related to the routine of athletes in training. Given this scenario, the present thesis aimed to develop the Psychosocial Assessment Scale of Athletes in Training and investigate their psychometric qualities. For this purpose, five studies were proposed: the first refers to the construction of the scale, which based on the literature, presented, in its initial version, 158 items. The second study involved the search for evidence of validity based on content, with the participation of five judges and whose result indicated the adequacy of 136 items. The third study aimed to verify the suitability of the instrument with the target population, through a pilot study conducted with 12 athletes. Adjustments indicated by the participants were made in the instrument. The fourth study sought evidence of validity based on the internal structure and accuracy of the instrument, with the participation of 518 athletes, 440 of whom were male, all federated by high-performance clubs. The results indicated a structure composed of 11 factors, entitled adequate family support (F1), adaptation to the sports club (F2), well-being and influence of the coach (F3), difficulties in adapting to the club (F4), positive social support (F5), coping and resilience strategies (F6), academic engagement (F7), emotional well-being (F8), well-being and physical recovery (F9), absence of family support (F10) and feedback on performance (F11). The final version of the scale now registers a total of 108 items. As for accuracy, Cronbach’s alpha coefficients indicated adequacy for all factors on the scale, ranging from α=0.733 to α=0.899. In the fifth and final study, whose results were based on the same sample as in Study 4, we sought evidence of validity based on the relationship with external variables. The following variables were significant: age (F1, F2, F7 and F8), sex (F1, F3, F6, F7 and F8), education (F5, F7 and F8), type of relationship (F2 and F7), amount of time in the sports organization (F2, F5 and F11) and time of entry in the sports club (F4 and F8). At the end of these investigations, it was possible to conclude that the initial evidence of validity and precision for the Psychosocial Assessment Scale of Athletes in Training had been identified, with further studies being necessary, so that, in the future, this scale may be made available for professional use.

La forma en que el deportista se relaciona con otras personas de su vida y cómo esta relación influye en el rendimiento y la motivación deportiva, constituye el nivel psicosocial, un aspecto de suma relevancia en la trayectoria deportiva de los deportistas de alto rendimiento. A pesar de este hallazgo, todavía no existe un instrumento disponible en Brasil para evaluar aspectos psicosociales generales relacionados con la rutina de los deportistas en el entrenamiento. Ante este escenario, la presente tesis tuvo como objetivo desarrollar la Escala de Evaluación Psicosocial del Deportista en Entrenamiento e investigar sus cualidades psicométricas. Para ello, se propusieron cinco estudios: el primero se refiere a la construcción de la escala, que con base en la literatura, presentó, en su versión inicial, 158 ítems. El segundo estudio implicó la búsqueda de evidencias de validez con base en el contenido, con la participación de cinco jueces y cuyo resultado indicó la adecuación de 136 ítems. El tercer estudio tuvo como objetivo verificar la idoneidad del instrumento con la población objetivo, a través de un estudio piloto realizado con 12 deportistas. Los ajustes indicados por los participantes se realizaron en el instrumental. El cuarto estudio buscó evidencias de validez en base a la estructura interna y precisión del instrumento, con la participación de 518 deportistas, de los cuales 440 eran hombres, todos federados por clubes de alto rendimiento. Los resultados indicaron una estructura compuesta por 11 factores denominados apoyo familiar adecuado (F1), adaptación al club deportivo (F2), bienestar e influencia del entrenador (F3), dificultades para adaptarse al club (F4), apoyo social positivo (F5) ), estrategias de afrontamiento y resiliencia (F6), compromiso académico (F7), bienestar emocional (F8), bienestar y recuperación física (F9), ausencia de apoyo familiar (F10) y retroalimentación sobre el desempeño (F11). La versión final de la escala registró un total de 108 ítems. En cuanto a la precisión, los coeficientes alfa de Cronbach indicaron adecuación para todos los factores de la escala, que van desde α = 0,733 a α = 0,899. En el quinto y último estudio, cuyos resultados se basaron en la misma muestra que en el Estudio 4, se buscó evidencia de validez a partir de la relación con variables externas. Se encontraron significativas las siguientes variables: edad (F1, F2, F7 y F8), sexo (F1, F3, F6, F7 y F8), educación (F5, F7 y F8), tipo de vínculo (F2 y F7), tiempo estancia en la organización deportiva (F2, F5 y F11) y período de ingreso al club deportivo (F4 y F8). Al final de estas investigaciones, se puede concluir que se identificó evidencia inicial de validez y precisión para la Escala de Evaluación Psicosocial de Atletas en Entrenamiento, realizándose más estudios para que, en el futuro, la escala pueda estar disponible para uso profesional