A escola como promotora de desenvolvimento humano: contribuições da psicologia à gestão escolar

Abstract

Considerando a gestão escolar como instância que exerce papel fundamental na promoção dos processos escolares e organização da escola, esta pesquisa investiga as contribuições da Psicologia às ações gestoras, sobretudo àquelas que se voltam à promoção do desenvolvimento e da aprendizagem dos estudantes e profissionais. Partimos da compreensão de que a reflexão sobre o papel da gestão na escola, quando impulsionada pela arte em sua potência para afetar os sujeitos e favorecer a configuração de novos sentidos, mobiliza o engajamento dos gestores na avaliação de suas ações e pode favorecer a proposição de práticas colaborativas e coletivas capazes de melhor qualificarem os processos de desenvolvimento, ensino e aprendizagem dos sujeitos. Tem por objetivo, portanto, fomentar a reflexão da equipe gestora sobre suas práticas como meio de expandir a compreensão das relações que empreendem. As informações que compõem esta pesquisa foram construídas por meio de 11 encontros reflexivos de duas horas cada, com a equipe gestora – uma diretora, duas vice-diretoras e dois professores coordenadores pedagógicos – de uma escola pública estadual localizada na periferia de uma grande cidade do interior de São Paulo. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os participantes a fim de aprofundar algumas compreensões. Os encontros e as entrevistas foram gravados em áudio e transcritos para compor a análise nos diários de campo elaborados pela pesquisadora entre 2018 e 2021. Assumimos, nesta pesquisa-intervenção, o método dialético defendido por Vigotski a partir dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Portanto, para análise adotou-se o levantamento de expressões com significação que remetiam às práticas gestoras e suas relações com os fazeres da escola, os professores, os alunos, os pais e o sistema de ensino. Dentre as categorias que emergiram, destacam-se: as significações que circulam nas práticas gestoras e o lugar dos afetos na construção das significações; a ação da Psicologia escolar na gestão como promotora de reflexões e construção do coletivocolaborativo; e a vivência da equipe gestora na pandemia, novos desafios e afetos ressignificados. Como resultados, observou-se a prevalência de afetos negativos nas relações gestoras, relações que se constituem como núcleo mediador que favorece a manutenção de práticas autoritárias e impede o avanço a modos de funcionamento coletivo-colaborativo que se configura como capaz de construir mudanças na e com a comunidade escolar. Essa característica se intensificou na pandemia, quando os gestores se sentiram isolados e sem apoio para enfrentar os novos desafios impostos à escola. Evidenciou-se, assim, a urgência de políticas que apoiem as ações desses profissionais, essenciais ao desenvolvimento das práticas escolares e responsáveis por fazer viver o ensino e a aprendizagem nas escolas. Por fim, a ação da Psicologia, enquanto prática que se volta ao sujeito inserido em seu contexto social e histórico, voltada à promoção da expressão de seus afetos, concepções e pensamentos e favorecendo a reflexão pela potência das materialidades artísticas em tocar o sujeito, parece se constituir como ação potente na transformação da gestão e da escola.

Considering school management as an instance that plays a fundamental role in promoting school processes and school organization, this research investigates the contributions of Psychology to managerial actions, especially those aimed at promoting the development and learning of students and professionals. We start from the idea that the reflection on the role of management at school, when driven by art in its power to affect subjects and favor the configuration of new meanings, mobilizes the engagement of managers in the evaluation of their actions and can favor the proposition of collaborative and collective practices capable of better qualifying the subjects' development, teaching and learning processes. Its objective, therefore, is to encourage the management team's reflection on their practices, as a means of expanding their understanding of the relationships they undertake. The information that makes up this research was built through 11 reflective meetings of two hours each, with the management team - a principal, two vice-principals and two pedagogical coordinator teachers, from a state public school located on the outskirts of a large city in the interior of São Paulo. Semi-structured interviews were also carried out with the participants in order to deepen some understandings. The meetings and interviews were audio-recorded and transcribed to compose the analysis with the field diaries prepared by the researcher between 2018 and 2021. In this research-intervention, we assumed the dialectical method defended by Vigotski from the assumptions of Historical-Cultural Psychology and, therefore, for analysis, a survey of meaningful expressions that referred to management practices and their relationships with the school's actions, teachers, students, parents and the education system was adopted. Among the categories that emerged, the meanings that circulate in management practices and the place of affects in the construction of meanings stand out; the action of school psychology in management as a promoter of reflection and construction of the collective-collaborative; and the experience of the management team in the pandemic, new challenges and new meanings. As a result, the prevalence of negative affects in managerial relationships was observed; relationships that constitute a mediating nucleus that favors the maintenance of authoritarian practices and impedes the advancement of collective-collaborative modes of functioning that are configured as capable of building changes in and with the school community. This characteristic was intensified in the pandemic, when managers felt isolated and without support to face the new challenges imposed on the school. Thus, the urgency of policies that support the actions of these professionals, essential to the development of school practices and responsible for making teaching and learning live in schools, became evident. And, the action of Psychology, as a practice that turns to the subject inserted in their social and historical context, aimed at promoting the expression of their affections, conceptions and thoughts, and favoring reflection by the power of artistic materialities in touching the subject, it seems constitute itself as a powerful action in the transformation of management and the school.

Considerando la gestión escolar como una instancia que juega un papel fundamental en la promoción de los procesos escolares y la organización escolar, esta investigación indaga los aportes de la Psicología a las acciones gerenciales, especialmente aquellas dirigidas a promover el desarrollo y aprendizaje de estudiantes y profesionales. Partimos de la idea de que la reflexión sobre el papel de la gestión en la escuela, impulsada por el arte en su poder de afectar a los sujetos y favorecer la configuración de nuevos significados, moviliza el compromiso de los directivos en la evaluación de sus acciones y puede favorecer la propuesta. de prácticas colaborativas y colectivas capaces de calificar mejor los procesos de desarrollo, enseñanza y aprendizaje de las asignaturas. Su objetivo, por tanto, es fomentar la reflexión del equipo directivo sobre sus prácticas, como medio para ampliar su comprensión de las relaciones que entablan. La información que conforma esta investigación se construyó a través de 11 reuniones reflexivas de dos horas cada una, con el equipo directivo, un director, dos subdirectores y dos docentes coordinadores pedagógicos, de una escuela pública estatal ubicada en las afueras de una gran ciudad de el interior de São Paulo. También se realizaron entrevistas semiestructuradas con los participantes con el fin de profundizar algunos entendimientos. Las reuniones y entrevistas fueron grabadas en audio y transcritas para componer el análisis con los diarios de campo elaborados por el investigador entre 2018 y 2021. En esta investigación-intervención asumimos el método dialéctico defendido por Vigotski a partir de los supuestos de la Psicología Histórico-Cultural y por lo tanto, para el análisis se adoptó una encuesta de expresiones significativas que se referían a las prácticas de gestión y sus relaciones con las acciones de la escuela, los docentes, los estudiantes, los padres y el sistema educativo. Entre las categorías que surgieron, destacan los significados que circulan en las prácticas de gestión y el lugar de los afectos en la construcción de significados; la acción de la psicología escolar en la gestión como promotora de la reflexión y construcción del colectivo-colaborativo; y la experiencia del equipo directivo en la pandemia, nuevos desafíos y nuevos significados. Como resultado, se observó la prevalencia de afectos negativos en las relaciones gerenciales; relaciones que constituyen un núcleo mediador que favorece el mantenimiento de prácticas autoritarias e impide el avance de modos de funcionamiento colectivo-colaborativo que se configuran como capaces de construir cambios en y con la comunidad escolar. Esta característica se intensificó en la pandemia, cuando los directivos se sintieron aislados y sin apoyo para afrontar los nuevos retos impuestos a la escuela. Así, se hizo evidente la urgencia de políticas que apoyen la actuación de estos profesionales, fundamentales para el desarrollo de las prácticas escolares y responsables de hacer vivir la enseñanza y el aprendizaje en las escuelas. Y, la acción de la Psicología, como práctica que vuelve al sujeto inserto en su contexto social e histórico, orientada a promover la expresión de sus afectos, concepciones y pensamientos, y favorecer la reflexión por el poder de las materialidades artísticas en tocar al sujeto, parece constituirse como una acción poderosa en la transformación de la gestión y la escuela.