A educação bilíngue por seus agentes em uma visão dialógica com a teoria da luta por reconhecimento
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Autor
Orientador
Vitorino, Artur José RendaData de publicação
26/11/2020Tipo de conteúdo
DissertaçãoDireitos de acesso
Acesso AbertoMetadados
Mostrar registro completoResumo
Desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, na Linha de Pesquisa “Políticas Públicas em Educação”, e no Grupo de Pesquisa “Política e Fundamentos da Educação”, a presente dissertação investigou o papel do reconhecimento intersubjetivo - termo cunhado por Hegel, e posteriormente desenvolvido em estudos teóricos por Axel Honneth (2013) - no bilinguismo de crianças em fase de transição entre as séries iniciais e as finais do Ensino Fundamental. Aliado a Honneth, a investigação agregou elementos à reflexão sobre os fatores que contribuem para o desenvolvimento do bilinguismo, com a inserção do reconhecimento como variável à emergência da autopercepção de ser competente em mais de uma língua. Assim, além do aporte teórico de Honneth, que descreve a luta por reconhecimento dentro da intersubjetividade como força central na existência humana, a pesquisa dialoga com a psicologia social de George Herbert Mead (1967), que nos permite compreender a formação do si mesmo ( self ) e da mente a partir da linguagem e da interação. O trabalho traz também uma exposição de recortes históricos do bi ou plurilinguismo e das diferentes maneiras como o bilinguismo se realiza hoje, tanto na educação como no cotidiano. Apresentamos, também, conceitos relacionados ao bilinguismo e à educação bilíngue que refletem o estado atual do conhecimento nesta área. A fase empírica da pesquisa foi constituída de entrevistas semiestruturadas, por meio de suporte virtual, com doze participantes com idades entre 9 e 12 anos. Tais entrevistas, tratadas pelo método de análise de conteúdo sugerida por Laurence Bardin (2016), revelaram o importante papel da interação social e das estratégias de aprendizagem próprias dos indivíduos investigados no desenvolvimento da sua percepção de que sabem mais de uma língua. Como interação social, entende-se tanto o reconhecimento intersubjetivo em âmbito escolar, familiar e comunitário, como a interação através de artefatos culturais, tais como: músicas, games , filmes, vídeos e outros. O presente trabalho também discute políticas públicas direcionadas ao ensino de línguas adicionais, e sugere os possíveis benefícios a serem colhidos pela implantação de políticas que promovam o ensino e atividades que favoreçam interações nessas línguas nas séries iniciais do Ensino Fundamental, ou mesmo na Educação Infantil.
Developed in the Graduate Program in Education at the Pontifical Catholic University of Campinas, within the Research Field “Public Policies in Education”, and within the Research Group “Politics and Principles of Education”, this dissertation investigated the role of intersubjective recognition - a term coined by Hegel, and later developed in theoretical studies by Axel Honneth (2013) - in the bilingualism of children in their transition between primary and secondary education. In addition to Honneth, the investigation added elements to the reflection on the factors that contribute to the development of bilingualism, with the insertion of recognition as a variable to the emergence of self-perception in being competent at more than one language. Thus, in addition to Honneth's theoretical contribution, which outlines the struggle for recognition within intersubjectivity as a central force in human existence, this research intersects with George Herbert Mead’s (1967) social psychology , which describes the formation of the self and the mind based on language and interaction. The work also brings a display of historical instances of bi or plurilingualism and the different ways in which bilingualism takes place today, both in education and in everyday life. We also present concepts related to bilingualism and bilingual education that reflect the current state of knowledge in this area. The empirical phase of the research consisted of semi-structured interviews, performed via online platforms, with twelve participants aged between 9 and 12. Such interviews, treated by the content analysis method suggested by Laurence Bardin (2016), revealed the important role of social interaction and learning strategies specific to the individuals investigated, in the development of their perception that they know more than one language. In this context, social interaction means both the intersubjective recognition at school, family and community level, as well as the interaction through cultural artifacts, such as: music, games, films, videos and others. This study also discusses public policies aimed at the education of additional languages, and suggests the possible gains to be had by implementing policies that promote teaching and activities that favor interactions in these languages, in the early grades of Elementary Education, or even in Early Childhood Education.
Palavras-chave
BilinguismoEducação bilíngue
Reconhecimento intersubjetivo
Interacionismo simbólico
Bilingualism
Bilingual education
Intersubjective recognition
Symbolic interactionism