Problemáticos ou invisíveis: o imaginário coletivo de idosos sobre adolescentes

Abstract

Objetivamos, na presente pesquisa, que se insere no contexto dos estudos sobre relações intergeracionais e sobre preconceitos contra adolescentes, investigar psicanaliticamente o imaginário coletivo de idosos sobre adolescentes dos dias de hoje. Entrevistamos, individualmente, seis idosos, utilizando o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Registramos tais encontros de memória, em momento posterior, por meio da elaboração de narrativas transferenciais. A consideração psicanalítica do conjunto das narrativas, dos desenhos e das histórias permitiu a produção interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional, ou inconscientes relativos: Seres Problemáticos e Seres Negados . O quadro geral indica que os participantes tendem a imaginar os adolescentes como pessoas problemáticas, seja vendo-os como vítimas da falta de apoio dos adultos, seja considerando-os como seres intrinsecamente negativos. Ou, então, negam a adolescência, no sentido de não reconhecerem os adolescentes como coletivo social passível de ser identificado. Concluímos que prevalece, portanto, uma visão que pode ser considerada preconceituosa, justificando a realização de novas investigações.

The present essay is included in the studies about intergenerational relationships and discriminations against teenagers. It aimed to investigate, in a psychoanalytic view, the collective imaginary of elderly people about the nowadays teenagers . The methodology consisted of individual interviews, performed with six elderly persons, using the Procedure Drawings-Story with Theme as a dialogue mediator. After each interview, psychoanalytic narratives were written and considered together with the drawings-stories made by the participants. We created/found two affective-emotional sense fields, or relative unconscious, named The Troublemakers and The Denied Beings . The results indicated that the participants tended to imagine the teenagers as complicated people, sometimes seeing them as victims due to the missing support they didn t receive from the adults or, because they see the teenagers as intrinsically bad people. They also tended to deny the adolescence, not recognizing the teenagers as a social collective group. The conclusion indicated a prejudiced point of view that justifies additional investigations.