Avaliação clínica da fotobiomodulação local e sistêmica na cirurgia de implantes dentários: estudo clínico randomizado
Abrir arquivo
Autor
Orientador
Pinheiro, SérgioData de publicação
28/02/2025Tipo de conteúdo
Dissertação de mestradoPrograma de Pós-Graduação
Ciências da SaúdeDireitos de acesso
Acesso abertoMetadados
Mostrar registro completoResumo
Não existem relatos na literatura sobre a associação da fotobiomodulação (PBM-T) sistêmica e implantes dentários até o presente momento. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a aplicação da PBM-T local e sistêmica no pós-operatório de pacientes submetidos a implantes dentários unitários em alvéolos cicatrizados. Metodologia: Foram selecionados 62 pacientes da Clínica Oral Sin Amparo com indicação de implantes dentários unitários que foram divididos de forma randomizada em dois grupos: Controle (C) ou Intervenção (PBM-T). Grupo C (n=22): Foi realizada a simulação da aplicação da PBM-T local após a fresagem do leito do implante e a simulação da aplicação da PBM-T local e sistêmica após a sutura. Grupo PBM-T (n=23): Foi aplicado o protocolo da PBM-T local após a fresagem do leito do implante e o protocolo da PBM-T local e sistêmica após a sutura. A PBM-T local foi feita com laser de baixa intensidade, intraoralmente, com irradiação em seis pontos: dois pontos na direção oclusal do implante, dois pontos na face vestibular (um ponto cervical e um ponto apical) e dois pontos na face lingual (um ponto cervical e um ponto apical) logo após a fresagem e imediatamente após a realização da sutura, com energia de 1 J por ponto, densidade de energia de 10.20 J/cm², durante 10 segundos em cada ponto. O comprimento de onda usado foi de 808 nm, potência de 100 mW/cm², modo contínuo e tempo total de 60 segundos. A PBM-T sistêmica foi feita com o mesmo aparelho de laser, na artéria radial, com energia de 60 J, densidade de energia de 306.12 J/cm², durante 10 minutos, com o comprimento de onda de 660 nm. O desfecho primário foi a avaliação da dor através da escala visual analógica (VAS) antes da cirurgia, após 6 h, 24 h, e 48 h de pós-operatório. Foi registrada a quantidade de analgésicos consumidos de ambos os grupos. Os desfechos secundários foram a avaliação da cicatrização em 3 dias, 7 dias e 14 dias de pós-operatório, aplicação do questionário de qualidade de vida utilizando o Perfil de Impacto na Saúde Bucal de 14 itens (OHIP-14) logo após a sutura, em 24 h, 48 h e 7 dias de pós-operatório. Análise estatística: Os resultados da escala visual analógica (VAS), da cicatrização e do OHIP-14 apresentaram comportamento não normal e foram submetidos ao teste paramétrico de Kruskal-Wallis (Student-Newman-Keuls). Resultados: Não houve diferença significante nos valores da escala VAS entre o grupo Controle e PBM-T em todos os períodos experimentais (p=05217). O número de analgésicos ingeridos pelos participantes do grupo controle (38) foi 2.375 vezes maior da quantidade ingerida pelo grupo da PBM-T No grupo Controle, foi possível observar melhora significativa na cicatrização somente após 14 dias, enquanto no grupo da PBM-T após 7 dias já foi possível observar feridas cirúrgicas em graus mais avançados de cicatrização (p=0.0000). Comparando o grupo controle com o grupo da PBM-T após 3 e 7 dias, foi possível observar diferença significativa nos graus de cicatrização (p=0.0029 e p=0.0002, respectivamente), com melhora acentuada no grupo que recebeu o laser. Após 14 dias, foi possível observar cicatrização completa somente no grupo da PBM-T, no grupo controle, ainda foi possível observar feridas cirúrgicas no processo final de cicatrização. No grupo controle, o maior impacto na qualidade de vida ocorreu após 24 horas da instalação do implante, com diferença significante entre os valores do OHIP-14 obtidos antes (p=0.0211) e após 7 dias da cirurgia (p=0.0118). No grupo da PBM-T, houve redução significante nos valores do OHIP-14 após 48 horas e 7 dias em relação ao antes (p=0.0277 e p=0.0402, respectivamente) e após 24 horas da cirurgia (p=0.0402 e p=0.0048, respectivamente). Foi possível observar que não houve impacto na qualidade de vida na instalação do implante no grupo da PBM-T, uma vez que todos os valores do OHIP-14 foram inferiores aos obtidos antes da cirurgia. Foi possível concluir que a PBM-T local e sistêmica pode ser considerada uma alternativa na redução da dor com a diminuição do consumo de analgésicos, melhora na cicatrização e da qualidade de vida no pós-operatório dos pacientes que foram submetidos a implantes dentários unitários em alvéolos cicatrizados.
There are no reports in the literature on the association of systemic photobiomodulation (PBM-T) and dental implants to date. Objective: The objective of this work was to evaluate the application of local and systemic PBM-T in the postoperative period of patients undergoing single dental implants in healed sockets. Methodology: 62 patients were selected from Clínica Oral Sin Amparo with indication for single dental implants and randomly divided into two groups: Control (C) or Intervention (PBM-T). Group C (n=22): A simulation of the application of local PBM-T was performed after milling the implant bed and a simulation of the application of local and systemic PBMT after suturing. PBM-T group (n=23): The local PBM-T protocol was applied after milling the implant bed and the local and systemic PBM-T protocol after suturing. Local PBM-T was performed with a low-intensity laser, intraorally, with irradiation at six points: two points in the occlusal direction of the implant, two points on the buccal surface (one cervical point and one apical point) and two points on the lingual surface (a cervical point and an apical point) immediately after milling and immediately after suturing, with energy of 1 J per point, energy density of 10.20 J/cm², for 10 seconds at each point. The wavelength used was 808 nm, power of 100 mW/cm², continuous mode, with a total energy of 6 J and a total time of 60 seconds. Systemic PBM-T was performed with the same laser device, in the radial artery, with energy of 60 J, energy density of 306.12 J/cm², for 10 minutes, with a wavelength of 660 nm. The primary outcome was the assessment of pain using the visual analogue scale (VAS) before surgery, after 6 h, 24 h, and 48 h postoperatively. The amount of analgesics consumed by both groups was recorded. The secondary outcomes were the assessment of healing at 3 days, 7 days and 14 days postoperatively, application of the quality of life questionnaire using the 14-item Oral Health Impact Profile (OHIP-14) immediately after suture, at 24 h, 48 h and 7 days postoperatively. Statistical analysis: the results were analyzed using the Biostat 5.3 Program and subjected to the Shapiro-Wilk normality test. The results of the visual analogue scale (VAS), healing and OHIP-14 showed nonnormal behavior and were submitted to the Kruskal-Wallis parametric test (StudentNewman-Keuls) with a significance level of 5%. The results of the amount of painkillers ingested and gender distribution among the sample groups of research participants were analyzed using the Chi-square test. Results: There was no significant difference in VAS scale values between the control group and PBM-T in all experimental periods (p=05217). The number of analgesics ingested by participants in the control group (38) was 2,375 times greater than the amount ingested by the PBM-T group. In the control group, it was possible to observe a significant improvement in healing only after 14 days, while in the PBM-T group, after 7 days it was possible to observe surgical wounds in more advanced degrees of healing (p=0.0000). Comparing the control group with the PBM-T group after 3 and 7 days, it was possible to observe a significant difference in the degrees of healing (p=0.0029 and p=0.0002, respectively), with a marked improvement in the group that received the laser. After 14 days, it was possible to observe complete healing only in the PBM-T group; in the control group, it was still possible to observe surgical wounds in the final healing process. In the control group, the greatest impact on quality of life occurred 24 hours after installation of the implant, with a significant difference between the OHIP-14 values obtained before (p=0.0211) and after 7 days of surgery (p=0.0118). In the PBM-T group, there was a significant reduction in OHIP-14 values after 48 hours and 7 days compared to before (p=0.0277 and p=0.0402, respectively) and after 24 hours of surgery (p=0.0402 and p=0.0048, respectively). It was possible to observe that there was no impact on quality of life when installing the implant in the PBM-T group, since all OHIP-14 values were lower than those obtained before surgery. It was possible to conclude that local and systemic PBM-T can be considered an alternative in reducing pain by reducing the consumption of analgesics, improving healing and quality of life in the postoperative period of patients who underwent single dental implants in healed sockets.
Palavras-chave
Implantes DentáriosTerapia com Luz de Baixa Intensidade
Manejo da dor
Laser
Dental Implants
Low Intensity Light Therapy
Pain management
Laser