O paradoxo da liberdade jurídica na metafísica dos costumes
Autor
Franzolin, Cláudio José
Casalino, Vinícius Gomes
Data de publicação
//2025Tipo de conteúdo
ArtigoMetadados
Mostrar registro completoResumo
O artigo tem como objeto a reflexão desenvolvida por Immanuel Kant sobre a liberdade jurídica em sua Metafísica dos costumes. O problema identificado consiste em compreender como a liberdade, embora entendidacomo modo de insubmissão ao arbítrio de outrem, só pode ser concebida a partir de atos de coerção que assegurema submissão ao arbítrio, desde que este expresse a preservação daquela. A hipótese sustentada aponta para uma espécie de paradoxo no conceito kantiano, que apenas pode ser decifradona medida em que se admita que o agir livre seja pensando como inerentemente limitado.Para tanto, recorre-se, como apoio teórico, ao pensamento de Hans Kelsen, desenvolvido em sua Teoria pura do direito. Assim, a o contrário da ausência de limites (que aparentemente encaminharia o conceito de liberdade,mas, no fundo, não redundaria senão em uma espécie de anomia ou anarquia)esta(a liberdade)apenas pode ser pensada como uma limitação em si, ou seja, como âmbito do agir intrinsecamente limitado.As conclusões revelam que o conceito de liberdade jurídica em Kant está longe de sua formulação vulgarno sentido de que o sujeito está autorizado a fazer tudo o quanto desejeou esteja, do ponto de vista material, apto a fazer . O método utilizado é o hipotético-dedutivo, tal como formulado por Karl Popper.
Palavras-chave
Liberdade jurídicaLimitação
Coerção legítima
Medida do agir
Autonomia pessoal
