Desenvolvimento da segunda versão da Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada para Atletas (EDAO-AR-A)

Abstract

Atualmente observa-se um crescente interesse por parte dos pesquisadores e profissionais práticos da psicologia do esporte em relação aos processos adaptativos apresentados pelos atletas. Este estudo teve como objetivo desenvolver a segunda versão da Escala Diagnóstica Adaptativa para Atletas (EDAO-AR-A), que avalia a eficácia da adaptação de atletas frente aos diferentes setores da personalidade: Afetivo-Relacional (A-R) e Produtividade (Pr), bem como avaliar suas propriedades psicométricas. A pesquisa se desenvolveu em duas etapas: 1) etapa teórica: análise da versão original, construção de novos itens; análise de conteúdo por juízes independentes (n= 4); e análise semântica; e 2) etapa empírica: avaliação da estrutura interna, precisão, dos parâmetros dos itens e características dos participantes, de evidências de validade convergente/divergente, critério e estabelecimento de normas. Para tanto, a pesquisa contou com duas amostras: amostra 1, que foi composta por 15 atletas (22,93±4,74; 60% mulheres), e amostra 2, que foi composta por 374 atletas (22,8±7,7; 53,2% homens). Instrumentos utilizados: EDAO-AR-A, Inventário de Coping para Atletas em Situação de Competição (ICASC–40), Escala de motivação esportiva (EMS-28) e Questionário de Ambiente de Grupo (GEQ). Diferentes procedimentos estatísticos foram empregados tendo em vista cada um dos objetivos estipulados: coeficiente de validade de conteúdo (CVC) para a avaliação do acordo entre os juízes; a Análise Paralela e Exploratory Structural Equation Modeling (ESEM) para avalição da estrutura interna. Versão categórica do coeficiente alfa de Cronbach para estimativa da precisão; Modelo de créditos parciais (MCP) para estimativa dos parâmetros dos itens, características dos participantes, bem como para estabelecimento de normas com referência nos itens; Correlação de Pearson para estimativa de evidências de validade convergente/divergente, e análises inferenciais MANOVA e ANOVA para evidência de validade de critério. Os resultados obtidos na etapa 1 indicaram adequação dos itens que compuseram a escala (CVC> 0,75) e inteligibilidade dos participantes. Os resultados obtidos na etapa 2 demonstram ambas as subescalas, A-R e Pr, avaliam a eficácia de adaptação de acordo com três fatores: Foco no eu, Foco no outro e Foco na situação problema, com índices desejáveis de precisão e estrutura fatorial invariante entre homens e mulheres. O MCP revelou itens com dificuldade baixa para amostra estudada e índices de ajustes adequados (Infit/Outfit). As correlações indicaram associações significativas entre as variáveis estudadas, corroborando com as perspectivas teóricas. As análises de variância indicaram a sensibilidade da escala em captar diferenças entre grupos. Por fim, foram estabelecidas as normas com base no procedimento de transformação da pontuação total em theta, o que possibilitará a aplicação prática dos resultados obtidos. Conclui-se que a segunda versão da EDAO-AR-A é uma medida adequada da eficácia adaptativa em atletas, uma vez que os resultados corroboram as hipóteses teóricas. Com base nas limitações da pesquisa novos estudos são sugeridos.

Currently, a great part of researchers and applied sport psychology professionals have been showing an increased interest in adaptive processes presented by the athletes. This study aimed to develop the second version of Adaptive Efficacy Scale for Athletes (EDAO-AR-A), which evaluates the effectiveness of athletes’ adaptation facing different sectors of the personality: Affective-Relational (A-R) and Productivity (Pr), as well as assessing its psychometric properties. The research developed in two steps: 1) theoretical stage: analysis of the original version, construction of new items; content analysis by independent judges (n = 4); and semantic analysis; and 2) empirical stage: evaluation of internal structure, accuracy of the parameters of the items and participants’ characteristics, convergent/criterion validity evidence and establishing standards. And so, the research included two samples: sample 1, which was composed of 15 athletes (22.93 ± 4.74; 60% women), and sample 2, which was composed by 374 athletes (22.8 ± 7.7; 53.2% men). Instruments used: EDAO-AR-A, Coping Inventory for Athletes in Competition (ICASC-40), Sports Motivation Scale (EMS-28) and Group Environment Questionnaire (GEQ). Different statistical procedures were employed in order to reach the stipulated goals: content validity coefficient (CVC) in order to assess the agreement among the judges; Parallel Exploratory Analysis and Exploratory Structural Equation Modeling (ESEM) for the internal structure evaluation. Categorical version of Cronbach's alpha coefficient estimate of accuracy; Partial credit model (PCM) for parameters estimation of the items, participants’ characteristics, as well as setting standards with reference regarding the items; Pearson's correlation for the convergent/divergent validity evidence, and inference analysis ANOVA and MANOVA for the study of criterion validity. The results obtained in step 1 indicated suitability of items that made up the scale (CVC > 0.75) and intelligibility of the participants. The results obtained in step 2 demonstrated both subscales, A-R and Pr, evaluate the effectiveness of adaptation according to three factors: Focus on me, Focus on others and Focus on Problem Situation, with desirable accuracy and invariant factorial structure between men and women. The PCM revealed items with low effort for the studied sample and appropriate adjustments (Infit/Outfit). Correlations indicated significant associations between the variables studied, substantiating the theoretical perspectives. Analyses of variance indicated the scale’s sensibility in capturing differences between groups. Lastly, the standards were established based on the procedure of converting the total score in theta, which will allow the practical application of the obtained results. It is concluded that the second version of EDAO-air is a suitable measure of Adaptive efficacy in athletes, as the results corroborate with theoretical assumptions. Based on the limitations of this research, new studies are suggested.