A experiência intersubjetiva na ludoterapia humanista: uma perspectiva fenomenológica
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The intersubjective experience in humanistic play therapy: a phenomenological perspectiveAutor
Orientador
Cury, Vera EnglerData de publicação
26/02/2021Tipo de conteúdo
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Esta pesquisa qualitativa objetivou compreender, fenomenologicamente, a experiência vivida por psicoterapeutas e crianças no acontecer clínico da ludoterapia de orientação humanista. A fenomenologia, desenvolvida por Edmund Husserl e Edith Stein, norteou epistemologicamente o estudo. Os pressupostos teóricos da psicologia humanista norte americana, especificamente a Abordagem Centrada na Pessoa e a Gestalt-Terapia, subsidiaram os atendimentos clínicos infantis desenvolvidos pelos psicoterapeutas participantes. A pesquisadora desenvolveu encontros dialógicos individuais com nove psicoterapeutas e sete crianças. Após cada encontro, registrou, sob a forma de Narrativas Compreensivas, suas impressões ao estar subjetivamente impactada pela experiência. Uma Narrativa Síntese foi elaborada, posteriormente, com base no conjunto dessas narrativas a fim de levar adiante o processo de análise e interpretação dos elementos estruturais do fenômeno. Concluiu-se que: (1) o acontecer clínico da ludoterapia humanista estimula a emergência de uma relação intersubjetiva entre psicoterapeuta e criança que promove crescimento psicológico; (2) essa experiência relacional desencadeia um processo vivenciado de modo contínuo pela criança para além das sessões de ludoterapia; (3) a presença subjetivamente implicada do terapeuta no acontecer clínico é fundamental para o envolvimento e motivação da criança; (4) a corporeidade vivenciada no encontro psicoterapêutico potencializa o desenvolvimento na criança de um processo de tomada de consciência sobre si mesma e sobre os limites e potencialidade dos próprios atos; (5) as atividades lúdicas representadas pelo brincar durante as sessões congregam múltiplos sentidos e integram elementos da experiência vivida pela criança ao estar em uma relação intersubjetiva com o terapeuta; (6) a relação psicoterapêutica intensifica o desenvolvimento subjetivo e revela a singularidade da criança no curso do processo; (7) essa relação é sustentada pela apreciação genuína e despida de condições que o terapeuta dirige à criança como pessoa, atribuindo-lhe um valor incondicional que a estimula a envolver-se em um processo psicológico de descoberta acerca de si mesma e do mundo, possibilitando a atualização de significados e sentidos à experiência vivida, quando evocada reflexivamente.
This qualitative research aimed to understand, phenomenologically, the experience lived by psychotherapists and children in the clinical event of humanistic play therapy. Phenomenology, developed by Edmund Husserl and Edith Stein, epistemologically guided the study. The theoretical assumptions of North American humanistic psychology, especially the Person-Centered Approach and Gestalt-Therapy, supported the children's clinical care developed by the participating psychotherapists. The researcher carried out individual dialogical encounters with nine psychotherapists and seven children. After each meeting, she recorded her impressions in the form of Comprehensive Narratives. A Synthesis Narrative was elaborated based on the set of these narratives in order to carry out the process of analysis and interpretation of the structural elements of the phenomenon. It concludes that: (1) the clinical event of humanistic play therapy stimulates the emergence of an intersubjective relationship between the psychotherapist and child that promotes psychological growth; (2) this relational experience triggers an experienced process continuously by the child in addition to the play therapy sessions; (3) the subjectively presence of the therapist involved in the clinical event is fundamental to the child's involvement and motivation; (4) the corporeality experienced in the psychotherapeutic encounter enhances the development in the children of a process of awareness about themselves, the limits and potentiality of their own acts; (5) the playful activities represented by playing during the sessions bring together multiple meanings and integrate elements of the children’s experience lived when they are in an intersubjective relationship with the therapist; (6) the psychotherapeutic relationship intensifies subjective development and reveals the child's uniqueness in the process; (7) this relationship is maintained by the genuine appreciation without any conditions that the therapist addresses to the child as a person, assigning an unconditional value that encourages them to be involved in a psychological process of discovering themselves and the world, enabling the learning of new meanings and senses to the lived experience, when reflexively evoked.
Esta investigación cualitativa tuvo como objetivo comprender, de manera fenomenológica, la experiencia clínica vivida por psicoterapeutas y niños en la ludoterapia de orientación humanista. La fenomenología, desarrollada por Edmund Husserl y Edith Stein, guió epistemológicamente el estudio. Los presupuestos teóricos de la psicología humanista norteamericana, en específico el Enfoque Centrado en la Persona y la Terapia Gestalt, subvencionaron las atenciones clínicas infantiles desarrolladas por los psicoterapeutas participantes. La investigadora desarrolló reuniones dialógicas individuales entre nueve psicoterapeutas y siete niños. Después de cada encuentro, registró, en forma de Narrativas Comprensivas, sus impressiones por haber sido impactada subjetivamente por la experiencia. Posteriormente, se elaboró una Síntesis Narrativa a partir del conjunto de estas narrativas para llevar adelante el proceso de análisis e interpretación de los elementos estructurales del fenómeno. Se concluyó que: (1) el evento clínico de la ludoterapia humanista estimula la emergencia de una relación intersubjetiva entre psicoterapeuta y niño que promueve el crecimiento psicológico; (2) esta experiencia relacional desencadena un proceso continuamente experimentado por el niño además de las sesiones de ludoterapia; (3) la presencia con naturaleza subjetiva implicada del terapeuta en el evento clínico es fundamental para la participación y motivación del niño; (4) la corporeidad vivida en el encuentro psicoterapéutico potencia el desarrollo en el niño de un proceso para la toma de conciencia sobre sí mismo y de los límites y potencialidades de sus propios actos; (5) las actividades lúdicas representadas por el juego durante las sesiones reúnen múltiples significados e integran elementos de la experiencia vivida por el niño al estar en una relación intersubjetiva con el terapeuta; (6) la relación psicoterapéutica intensifica el desarrollo subjetivo y revela la singularidad del niño en el curso del proceso; (7) esta relación está respaldada por la apreciación genuina y despojada de condiciones que el terapeuta dirige al niño como persona, asignándole un valor incondicional que lo incentiva a involucrarse en un proceso psicológico de descubrirse a uno mismo y al mundo, permitiendo la actualización de significados y sentidos a la experiencia vivida, cuando se evoca reflexivamente.
Palavras-chave
IntersubjetividadeLudoterapia
Fenomenologia
Intervenção psicológica
Psicologia humanista
Intersubjectivity
Play therapy
Phenomenology
Psychological intervention
Humanistic psychology
Intersubjetividad
Ludoterapia
Fenomenología
Intervención psicológica
Psicología humanista