Sentidos partilhados nas interações em sala de aula: missão, trabalho, tramas e dramas

Abstract

Esta pesquisa versa sobre os sentidos engendrados nas interações como favorecedores ou não do processo ensino-aprendizagem. Seu locus é a sala de aula, entendida como espaço em que se sintetizam elementos de sentido e significação procedentes de outras instâncias das experiências sociais de seus protagonistas, em um trânsito permanente de diferentes sentidos atuais dos sujeitos e dos próprios cenários educativos. Seu objetivo é descrever e analisar as interações em sala de aula, entender a relação entre as interações empreendidas pelos alunos e professores e o processo de ensino-aprendizagem, bem como compreender de que forma as histórias singulares dos sujeitos participam de seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. O método utilizado insere-se no paradigma da pesquisa qualitativa, e constitui-se da narração de cenas do cotidiano de duas salas de aula do Ensino Fundamental, construídas a partir de observações e gravações em áudio. A análise foi elaborada a partir do levantamento de indicadores dos sentidos partilhados nas interações, derivando agrupamentos que chamamos de núcleos de sentidos partilhados, com base no enfoque teórico de González Rey para o estudo da subjetividade. Tal enfoque constituiu-se enquanto sustentação para as interpretações formuladas ao longo da análise, que desvelou uma trama em que as singularidades de professores e alunos emergem imbricadas e partilham sentidos. Na conclusão, são destacados elementos interpretados como mais significativos dos sentidos partilhados nos dois momentos empíricos da pesquisa, que conduziram à nossa compreensão da relação entre os sentidos, o desenvolvimento e aprendizagem. É possível dizer que os sentidos engendrados nas interações podem ser entendidos como mais favorecedores ou não da aprendizagem e do desenvolvimento a depender da maneira pela qual professores e alunos insurgem como sujeitos singulares. Tal maneira parece estar intimamente atrelada às possibilidades de significação desses sujeitos e às suas formas de enfrentamento dos obstáculos que se interpõem nas diferentes modalidades de interação lida das professoras com seus alunos, mediada pela tarefa; lida dos alunos com a tarefa, mediada pelas professoras; e lida dos sujeitos com os demais atores em sala de aula.

This research consists about the meanings engendered in the interactions as to collaborate or not in the teach-learning process. Its locus is the classroom, understood as a place, which synthesize elements proceeding of other instances with different social backgrounds of each one in a permanent transit of the different directions of these same elements and its own educational scenery. The objective is to describe and analysis the interactions in the classroom, to understand the relationship between the interactions undertaking by the students and teachers and the teach-learning process, as well as to understand by which ways their own singular histories participate in the development and learning process of one another. The method undertaken inserts in the paradigm of the quality researched and constitutes in a narrative of the day by day scenes between two classes of elementary school, and started to be built based on observation and audio-recording. The analysis was elaborated through indicatory survey of the senses shared in the interactions, flowing grouping that we call nucleous of shared senses based on the theoretical focus of González Rey for the subjectivity study. This focus was based sustained for the interpretations elaborated during the analyze, flowing a plot which the teachers and students emerged as singular person and sharing senses. In the conclusion, we detached interpretable elements as having more of the shared senses in the two-empiric moments of the research, which led our understanding of the relation between the senses, development and learning. It is possible to say that the senses engendered in the interactions can be understood as more favored or not of the learning process and of the development to depend on by which way teachers and students insure as subjects. This manner seems to be intimacy attached to the possibilities of meaning and senses of these subjects and their ways of facing the obstacles that interpose in the different models of interaction: dealing with their students by their teachers, arbitrate by their duties; dealing with their duties by the students, arbitrate by their teachers; and dealing of the subjects with the others actors in the classroom.