Situação-limite e potência de ação: atuação preventiva crítica em psicologia escolar
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Limit-situation and action potency: critical preventive intervention in school psychologyAutor
Orientador
Guzzo, Raquel Souza LoboData de publicação
24/02/2015Tipo de conteúdo
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Acesso AbertoMetadados
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Este trabalho discute o sentido da atuação crítica no campo da Psicologia Escolar a partir do conceito de situação-limite delineado por Ignacio Martín-Baró no âmbito da Psicologia Social da Libertação. Partimos da compreensão de que a ausência do psicólogo escolar na escola pública instaura uma lacuna entre a perspectiva crítica anunciada pela área e a sua caracterização na prática. Assumindo a práxis como uma posição ético-política, tomamos nossa inserção em uma Escola Pública Municipal de Ensino Fundamental como condição para a consideração desta questão. Com o objetivo de caracterizar o que significa a atuação crítica do psicólogo escolar, propusemos uma síntese entre a categoria situação-limite construída por Ignacio Martín-Baró e alguns conceitos elaborados por L. S. Vigotski no aporte da Psicologia Histórico-Cultural. A partir desta síntese, considerando a escola como espaço de promoção de desenvolvimento, compreendemos que as situações-limite são aquelas que estruturalmente significam prejuízo, dificuldade ou impedimento para o desenvolvimento das crianças, mas que, incorporadas às situações sociais de desenvolvimento, delimitam suas possibilidades de superação ou reconfiguração. Falamos de momentos críticos na vida escolar das crianças que, dialeticamente, guardam a possibilidade de modificação na relação com os outros. Defendemos a tese de que as ações do psicólogo, inseridas no cotidiano da escola, quando orientadas pela identificação e caracterização das situações-limite, passam a constituir uma atividade favorecedora do desenvolvimento das crianças neste contexto e, assim, delimitam o sentido do que chamamos de atuação preventiva crítica. As evidências que sustentam esta tese estão organizadas no modelo metodológico que construímos à base do Materialismo Histórico-Dialético: as cenas do cotidiano escolar. Para isso, elaboramos diários de campo como sínteses de nossas ações na escola e os tomamos como fonte para o delineamento de atos ou histórias da vida real dos atores do cenário escolar. Este delineamento foi iluminado pelo conceito de situação-limite como dimensão de significação para a análise dos sentidos contidos nos diários de campo. Destes atos extraímos cenas e dedicamo-nos à análise das situações-limite objetivadas como dimensões singulares, confrontadas com as particularidades que as constituíram. Esta análise concluiu que estar no cotidiano da escola é condição para que o psicólogo atue criticamente no processo de desenvolvimento das crianças no cenário escolar.
This research discusses the meaning of critical activities in the field of School Psychology from the concept of limit-situation outlined by Ignacio Martín-Baró in the framework of Social Liberation Psychology. We start from the understanding that the absence of the school psychologist in the public school configures a gap between the critical perspective announced for the area and its characterization in practice. Assuming praxis as an ethical-political position we take our insertion into a Municipal Public Elementary School as a condition for considering this issue. Aiming to characterize or define which means the school psychologist s critical intervention we have proposed a counterpoint between the limit-situation category constructed by Ignacio Martín-Baró within Social Liberation Psychology and some concepts developed by L. S. Vigotski in the framework of Cultural Historical Psychology. From this both ideas, considering the school as an environment that produces development we understand that limit-situations build a synthesis between events that indicate injury or difficulty to children s development and their possibilities, overcoming or reconfiguration. We talk about critical moments in the lives of school children which, dialectically, keeps the possibility of change in relationship with others. We defend the thesis that the psychologist s actions, daily at school, when directed by the identification and characterization of limit-situations can promote children s development in this context and thus reveal the meaning of what we call critical preventive intervention. The evidence supporting this thesis are organized in the methodological model we present in the basis of Historical Dialectical Materialism: scenes of everyday school s life. For this we prepared summaries of our actions in school and took them as a source for the design of real life stories acts. These act s construction was guided by the limit-situation as a unit of analysis. From the acts we have taken scenes and inside the scenes we analyzed the dynamic of limit-situations. At the end, we concluded that being daily in the school is a necessity for the psychology who wants to act critically.
Palavras-chave
Psicologia escolarPsicologia social da libertação
Prevenção
Crítica
School psychologist
Social liberation psychology
Prevention
Critical