Educação Fisíca escolar como ferramenta de promoção da autorregulação da aprendizagem na infância

Abstract

A presente pesquisa discute o tema Educação Física escolar como ferramenta de promoção da autorregulação da aprendizagem fundamentada na teoria sociocognitiva, em especifico os estudos sobre autorregulação da aprendizagem, e é caracterizada como pesquisa quase-experimental de natureza interventiva. Realizouse um levantamento bibliográfico inicial para compreender como o tema vem sendo discutido na comunidade cientifica do Brasil. Os resultados indicaram a necessidade de novas pesquisas, pois há vários estudos que tratam da autorregulação, mas poucos que articulam a educação física e autorregulação, em específico com alunos da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Esse estudo teve por objetivo analisar se uma intervenção proposta na disciplina de educação física para crianças de Educação Infantil e Ensino Fundamental de escolas municipais propicia a promoção de autorregulação da aprendizagem. Foram participantes 56 alunos e 2 professoras de Educação Física em duas turmas de escolas públicas de Campinas, sendo uma turma de Educação Infantil e a outra de 1º ano do Ensino Fundamental. Os instrumentos utilizados para produção do material empírico foram: uma entrevista inicial e uma final com os alunos, intervenção a partir do modelo PLEA – Planejamento, Execução, Avaliação - e uma narrativa desenvolvida pelas professoras ao final da intervenção. A produção dos dados teve duração de 4 meses, sendo que a intervenção foi realizada uma vez por semana com duração de 60 minutos em cada turma. Todas as etapas foram videogravadas. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo que revelaram três categorias: 1. Planejamento (análise da tarefa específica, verificação dos recursos pessoais e ambientais, estabelecimento de objetivos e plano); 2. Execução (utilização de estratégias para atingir resultados, monitorização); 3. Avaliação (análise da relação entre produto e plano). Os resultados indicam que os participantes conseguiram compreender e realizar as atividades propostas na intervenção. A análise das respostas das entrevistas e das intervenções mostram que os alunos do Ensino Fundamental conseguiram verbalizar os processos da autorregulação durante a realização das propostas de intervenção com maior êxito em relação a alunos da Educação Infantil, pois apresentaram pensamentos, ideias, comportamentos, estratégias por meio de falas e até mesmo ações que se ampliaram após a intervenção. Vale ressaltar ainda que os argumentos e falas dessas crianças após a intervenção dão indícios de serem mais elaborados e da utilização do modelo PLEA, embora os alunos da Educação Infantil tenham sido mais participativos durante a intervenção. Infere-se que houve uma maior participação por se tratar de brincadeiras, fator que contribui para o engajamento nas tarefas propostas e propiciando a aprendizagem de comportamentos autorregulatórios apenas durante as brincadeiras e que não foram percebidos no momento da entrevista.

This research discusses the theme of school physical education as a tool to promote self-regulation of learning based on socio-cognitive theory, specifically studies on selfregulation of learning, and is characterized as quasi-experimental research of an interventional nature. An initial bibliographic survey was carried out to understand how the topic has been discussed in the scientific community in Brazil. The results indicated the need for further research, as there are several studies that deal with self-regulation, but few that articulate physical education and self-regulation, specifically with students from early childhood education and early years of elementary school. This study aimed to analyze whether an intervention proposed in the discipline of physical education for children in kindergarten and elementary school in municipal schools provides the promotion of self-regulation of learning. There were 56 students and 2 physical education teachers participating in two classes of public schools in Campinas, one in kindergarten and the other in the 1st year of elementary school). The instruments used to produce the empirical material were: an initial and a final interview with the students, an intervention based on the PLEA model - Planning, Execution, Evaluation - and a narrative developed by the teachers at the end of the intervention. The research lasted 4 months, and the intervention was carried out once a week, lasting 60 minutes in each class. All steps were video recorded. Data were analyzed from content analysis and three categories were created following the PLEA model: 1. Planning (specific task analysis, verification of personal and environmental resources, establishment of objectives and plan); 2. Execution (using strategies to achieve results); 3. Evaluation (analysis of the relationship between product and plan). The results indicate that the participants were able to understand and carry out the activities proposed in the intervention. The analysis of the answers to the interviews and interventions show that elementary school students were able to verbalize the processes of self-regulation during the implementation of intervention proposals with greater success in relation to early childhood education students, as they presented thoughts, ideas, behaviors, strategies for through speeches and even actions that expanded after the intervention, it is worth noting that the arguments and speeches of these children after the intervention show signs of being more elaborate and of the use of the PLEA model, although early childhood education students are more participatory during the intervention. It is inferred that there was a greater participation because it was games, a factor that contributes to the engagement in the proposed tasks and providing the learning of self-regulatory behaviors only during the games and that were not noticed at the time of the interview.