A morte do autor?
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Título alternativo
The author's death?Autor
Orientador
Andrade, Eliane Righi deData de publicação
12/06/2023Tipo de conteúdo
Trabalho de Conclusão de CursoPrograma de Pós-Graduação
Não se aplicaDireitos de acesso
Acesso abertoMetadados
Mostrar registro completoResumo
O constructo da autoria tem sido amplamente debatido no meio acadêmico após Michel Foucault (1969) inferir que o nome do autor não representa um indivíduo, mas uma marca de seu tempo e espaço. Barthes (2004), com uma perspectiva de descentralização do autor, defende que, com a publicação da obra (“morte” do autor), o leitor é quem passa a ter o “poder”. Ao estender a discussão do tema aos Estudos da Tradução, as possíveis considerações sobre a autoria e o papel de autoria do tradutor ganham força. Considerando, principalmente, os pensamentos de Foucault (1969), Barthes (2004), Bakhtin (principalmente, em RENFREW, 2017 e em ARÁN, 2014), Agamben (2007) e Berman (2002), questiona-se se o tradutor poderia atuar livremente como um autor, visto que, de acordo com algumas perspectivas, este perde sua importância após a publicação da obra. Assim, o objetivo deste artigo é discutir a existência de limites para a autoria do tradutor e a importância do autor do texto de partida, promovendo uma reflexão sobre a temática nos profissionais de tradução com vistas ao aprimoramento do processo tradutório. Com Bakhtin, destaca-se a importância da subjetividade do autor em sua enunciação, que, especialmente nas produções literárias, carrega incontáveis vozes e discursos. Conclui-se que sim, os sentidos são construídos pelo leitor; porém, dentro de um espectro determinado pelo autor, sendo que o tradutor é um leitor-autor, que interpreta as nuances da obra e lhes dá sobrevida.
The authorship concept has been widely debated in the Academy after Michel Foucault (1969) stated that the author’s name does not represent an individual, but a mark of his time and place. Barthes (2004), from a decentralized perspective of the author, argues that with the publication of the work (which would be the “death” of the author), the reader is the one who begins to have the power. By extending the discussion of the topic to Translation Studies, the possible issues about authorship and the role of the translator as an author gain strength. Primarily considering the thoughts of Foucault (1969), Barthes (2004), Bakhtin (mainly from RENFREW, 2017 and from ARÁN, 2014), Agamben (2007) and Berman (2002), it is questioned if the translator could act freely as an author, since, according to some perspectives, he loses his importance after the publication of the work. Thus, the objective of this article is to discuss the existence of limits to the translator’s authorship and the importance of the source text, promoting a reflection on the subject in translation process. In Bakhtin, the importance of the author’s subjectivity in his enunciation stands out, which, especially in literary productions, carries countless voices and discourses. It was concluded that yes, the meanings are built by the reader; however, within a range determined by the author. The translator, being a reader-author, interprets the nuances of the work and gives them survival.
Palavras-chave
AutoriaPapel do tradutor
Tradução literária
Authorship
Translator’s role
Literary translation