Qualidade de vida da mulher idosa chefe de família em um programa de habitação: desafios para o serviço social

Abstract

Diante da realidade que se caracteriza pelas transformações demográficas iniciadas no último século, e que nos fazem observar um cenário populacional cada vez mais envelhecido, alude nesse mesmo contexto uma necessidade de se pensar no direcionamento das políticas públicas para esse corte populacional. A preocupação com o envelhecimento populacional e, em especial, com o feminino, decorre do fato de se encarar esse grupo como dependente e vulnerável, não só do ponto de vista econômico, como também de debilidades físicas. Nesse sentido, o presente trabalho propõe analisar os impactos na qualidade de vida das mulheres idosas chefes de família de Campinas, após a contemplação pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida – MCMV, levando em consideração o sentido por elas atribuído ao acesso a esta e outras políticas de inclusão social. Busca, então, compreender a inserção da mulher idosa na família e na sociedade, problematizando a relação entre envelhecimento, qualidade de vida e políticas sociais. Considera as dimensões da vida das idosas e suas impressões acerca da saúde, renda, participação na atividade econômica e arranjos familiares. Foram entrevistadas mulheres idosas chefes de família, a partir dos sessenta anos, conforme o corte etário utilizado pela Política Nacional do Idoso. O resultado da pesquisa aponta para um sentimento de segregação das mulheres, que ficam restritas ao território, a ruptura com a rede de apoio e os impactos na convivência familiar. Conclui-se que a política de habitação necessita de uma agenda política, capaz de elaborar as políticas públicas na sua integralidade.