dc.description.abstract | O presente trabalho tem por objetivo verificar até que ponto a aposentadoria pode ser vivida como uma situação critica ou de estagnação, devido ao valor social conferido ao trabalho ou se o individuo pode encontrar outras formas de se relaclonar produtiva e criativamente nessa nova etapa de sua vida. Realizamos uma pesquisa explorat6ria, entrevistando deZeSSel.5ferrovi.ár ios, oito maquinistas e oito ajudantes com um a dez anos de aposentadoria. Escolhemos a função de maquinista pelo alto valor que, na época, lhe era conferido, e por ser aquela onde é mais acentuado o vinculo do trabalhador com seu instrumento de trabalho. O prodedimento consistiu basicamente de duas entrevistas semi estruturadas, onde o individuo verbalizou livremente sobre sua vida pregressa e atual. Encontramos nos dois grupos, respostas semelhantes rela cionadas com a idealizáção da carreira e da aposentadoria, ao lado de um forte sentimento de desvalorização enquanto .trabalhadores e aposentados. Al~m disso, em todos os entrevistados pudemos observar uma preocupação direta ou indireta com a morte. Os resultados obtidos evidenciam que os indivIduos nesta fase da vida podem em parte reestrutuar-se, através de uma maior dedicação a grupos assistenciais, ou realizando pequengas tarefas. Porém, encontramos maior integração e reestruturação entre aqueles aposentados, que sentiam-se de certa maneira ajustados diante dos fatos irreversíveis da existência: velhice e morte. De maneira geral, os resultados obtidos não são conclusivos, uma vez que se trata de um estudo exploratório com um número muito reduzido de entrevistas. Acreditamos porém, que eles poderão mobilizar uma malor atenção dos psicólogos acadêmicos, à segmentos marginalizadosda população que pesquisas sobre a velhice e aposentadoria, possam investigar mais amplamente os fatores que parecem assegurar ao indivíduo numa forma mais produtiva de vivenciá-las. | |