Analgesia pós-operatória em cirurgia cardíaca: comparação entre bloqueio do plano eretor da espinha e morfina endovenosa
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Autor
Orientador
Tedrus, Glória Maria SouzaData de publicação
15/12/2021Tipo de conteúdo
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Introdução: A cirurgia cardíaca passou por um extraordinário desenvolvimento, mas estudos mostram que 77-85% dos pacientes apresentam dor no período pósoperatório. Há diversas vias de administração de fármacos na tentativa de minimizar essa dor, como venosa, epidural e por bloqueio de nervos periféricos, com o bloqueio do plano eretor da espinha (ESPB). Poucos estudos avaliaram este bloqueio em cirurgia cardíaca. Objetivos: Avaliar se o uso do ESPB bilateral em injeção única pré-operatória tem a capacidade de diminuir a sensação de dor e o consumo de opioides intraoperatório e nas primeiras 48 horas de pós-operatório em pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca aberta, em comparação à morfina em infusão contínua. Método: Foram incluídos pacientes com idade entre 18 e 70 anos submetidos a cirurgia cardíaca eletiva, entre março e agosto de 2021, no serviço de cirurgia cardiovascular do Hospital da PUC-Campinas. Estudo prospectivo randomizado controlado cego, sendo 20 pacientes no grupo de estudo (intervenção) e 21 pacientes no grupo controle (GC). Os grupos foram submetidos a anestesia com os mesmos medicamentos. O grupo intervenção recebeu o ESPB bilateral em injeção única préoperatória, com 0,25 ml/kg de ropivacaína a 0,5%. O GC recebeu bomba de infusão contínua com 1mg/h de morfina nas primeiras 24 horas de pós-operatório. A avaliação de dor em repouso foi feita com a Escala Visual Numérica, com avaliações na 2ª hora e de 6/6 horas nas primeiras 24 horas após extubação orotraqueal (EOT), e uma avaliação após 48 horas. Foi feita a mensuração da quantidade total de fentanil intraoperatório e morfina de resgate no pós-operatório. Resultados: Foram incluídos 41 pacientes (grupo intervenção, n=20; GC, n=21). Não foram observadas diferenças nas variáveis clínicas, no tempo de cirurgia e no tempo de anestesia entre os grupos. Quando avaliada a região do esterno, observou-se que, de modo significativo, houve maiores escores de dor no tempo 24 horas no grupo intervenção quando comparado a do GC (Teste t de Student; 2.95±2.58 x 1.00±1.61; p=0,007). Não houve diferença na percepção de dor na região dos drenos entre os grupos em nenhum tempo avaliado, mas observou-se que a dor foi maior no tempo de 18 horas quando comparada a dos tempos 2 e 6 horas, em ambos os grupos. Não houve diferença significativa entre os grupos no consumo de fentanil no intra-operatório e de morfina de resgate pós-operatória. Conclusão: A dor em repouso na região esternal no tempo 24 horas após extubação orotraqueal foi maior no grupo intervenção (ESPB). A dor na região dos drenos foi maior no tempo 18 horas após EOT, independente do grupo. Não houve diferença na dor na região dos drenos entre os grupos. Não houve diferença na dose de fentanil intraoperatório e morfina de resgate pós-operatória entre os grupos.
Introduction: Cardiac surgery has gone through an extraordinary development; however, studies show that 77- 85% of patients experience pain in the postoperative period. There are several drug administration’s routes to minimize this pain, such as venous, epidural, and peripheral nerve blocks, through erector spinae plane block (ESPB). Few studies have assessed this block in cardiac surgery. Objective: Compare the usage of bilateral ESPB in a single preoperative injection with intravenous morphine in continuous infusion, assessing the pain sensation and consumption of intraoperative opioids and within the first postoperative 48 hours, in adult patients undergoing open heart surgery in both groups. Methods: The patients included were aged between 18 and 70 who had undergone elective cardiac surgery between March and August 2021 in the Hospital PUCCampinas’s cardiovascular surgery service. Prospective, randomized, controlled and single-blind study, being 20 patients in study group (intervention) and 21 patients in control group (CG). Both groups underwent anesthesia by the same drugs. The intervention group received the bilateral ESPB in a single preoperative injection, with 0.25 ml/kg of ropivacaine diluted to 0.5%. The CG received a continuous infusion pump with 1mg/h of morphine within the first postoperative 24 hours. The pain at rest assessment was done using the Visual Numerical Scale, with assessments at the 2nd hour and every 6 hours within the first 24 hours after orotracheal extubation (OE), and another assessment 48 hours later. The measurement of the necessary total amount of intraoperative fentanyl and postoperative rescue morphine was carried out. Results: Forty-one patients were included (intervention group, n=20; CG, n=21). No differences were detected in either the clinical variables, or surgery and anesthesia time between the groups. When the sternum region was evaluated, it was observed that there were significantly higher pain scores within 24 hours in intervention group when compared to the CG (Student's t-test; 2.95±2.58 x 1.00±1.61; p=0.007). There was no difference in the perception of pain in the region of drains between the groups at any assessed time, but it was observed that pain was greater within the 18 hours’ time when compared to 2 and 6 hours’ time, in both groups. There was no significant difference between the groups in intraoperative fentanyl and postoperative rescue morphine consumption. Conclusion: Pain at rest in the sternal region 24 hours after orotracheal extubation was greater in the intervention group (ESPB). Pain in the region of drains was greater 18 hours after OE, notwithstanding the group. There was no difference in pain in the region of drains between groups. There was no difference in the dose of intraoperative fentanyl and postoperative rescue morphine between the groups.
Palavras-chave
Anestesia em Procedimentos CardíacosDor Pós-operatória
Cirurgia Cardíaca
Anestesia e Analgesia
Morfina
Anesthesia in Cardiac Procedures
Postoperative Pain
Cardiac Surgery
Anesthesia and Analgesia
Morphine