dc.description.abstract | O Aleitamento Materno (AM) é evidenciado como uma das ações isoladas de maior
impacto na diminuição da morbimortalidade infantil. Por isso, é preconizado pelo Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF), Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde
(MS) até os seis meses de vida da criança de modo exclusivo e recomendado até dois anos ou mais.
No Brasil, a legislação de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno é considerada das
mais avançadas. Vista como modelo por diversos países, no entanto, os dados epidemiológicos
comprovam que todos os índices relacionados ao AM ainda estão aquém do esperado. Por conta do
grande impacto na sociedade, o AM deve ter sua abordagem pautada nos princípios do SUS e do
olhar ampliado para garantir seu sucesso. Objetivo: Revisar literatura fonoaudiológica em
aleitamento materno e relacionar com políticas públicas de proteção, promoção e apoio ao
aleitamento materno no âmbito do Sistema Único de Saúde. Método: Utilizaram-se dois
procedimentos de pesquisa para o delineamento deste estudo: a pesquisa documental relacionada a
políticas públicas de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno e a revisão da produção
científica em fonoaudiologia em aleitamento materno. Na documental foi acessado o site oficial do
Governo Brasileiro, a fim de selecionar políticas públicas pertinentes ao aleitamento materno. A
pesquisa da produção científica foi realizada por meio de consulta às quatro revistas científicas
brasileiras de fonoaudiologia, bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura
Latino-Americana e do Caribe – LILACS. Por meio de Teste de Relevância, formulado para
atendimento aos critérios de inclusão, foram selecionados e analisados artigos científicos originais,
publicados na íntegra, em português, no período de 2011 e 2020. Resultados: Na pesquisa
documental, foram selecionadas seis políticas públicas principais diretamente ligadas ao Aleitamento
Materno. Quando analisadas isoladamente, as políticas públicas são assertivas quanto à atenção e
contribuem significativamente à adesão e manutenção do AM, porém, têm sido implementadas de
forma desigual e muitas vezes desarticuladas no país, fragmentando o cuidado aos binômios
mãe-bebê e suas famílias e prejudicando a Integralidade em saúde. Em relação à pesquisa da
produção científica, a amostra final constituiu-se de onze estudos. Oito estudos (72%) apresentaram
enfoque em práticas fonoaudiológicas assistenciais (avaliação e intervenção em saúde relacionados
ao AM) e apenas três (27%) tiveram como objetivo a educação em saúde relacionada ao AM.
Evidencia-se importante carência de estudos em promoção e prevenção em saúde no AM, 64% na
região Sul e Sudeste do país. O documento “Bases para a discussão da Política Nacional de
Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno” publicado pelo Ministério da Saúde (2017),
corrobora a esse trabalho, pois constata que é preciso promover a articulação e integração das
políticas públicas de atenção ao Aleitamento Materno, que se encontram fragmentadas. Conclusão:
Observa-se relevante interesse em atuar com prematuros no AM, o que contribui com a equidade do
atendimento, já que se trata de população de maior risco. Percebe-se a necessidade de se estruturar
as práticas de atenção ao aleitamento materno à realidade dos serviços no Brasil, que ainda se
baseiam na perspectiva intervencionista. Há predominância de publicações de estudos centrados na
região Sul, com escassez de publicação de estudos de práticas fonoaudiológicas na promoção e
prevenção em saúde em todas as regiões brasileiras, bem como na atenção básica, prejudicando a
integralidade em saúde. | pt_BR |