Universidade de classe mundial: uma realidade do mundo contemporâneo

Abstract

O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 1998/99 (El Informe sobre el Desarrollo Mundial 1998/99:) - Conhecimento para o Desenvolvimento (Banco Mundial, 1999) propôs uma estrutura analítica que enfatiza o papel complementar de quatro dimensões estratégicas para orientar os países em sua transição para uma economia baseada no conhecimento: um regime econômico e institucional adequado, uma forte base de capital humano, uma infraestrutura de informação dinâmica e um sistema nacional de inovação eficiente (SALMI, 2009, p. xv, xvi). As dimensões acima citadas são pilares a serem seguidos para a busca da “excelência” acadêmica e científica. REVISÃO: Especialmente a partir dos anos 2000, como destacam Thiengo e Bianchetti (2018), diferentes atores, quais sejam, Organizações Internacionais (OIs), experts e think tanks, bem como diferentes estratégias, dentre as quais se destacam os rankings, têm atuado e sido utilizadas no sentido de corroborar a necessidade da concretização dessa “excelência” a partir de um novo modelo de universidade, as World Class University, também chamadas de Universidades de Excelência e/ou Universidades de Classe Mundial (UCM). Apesar de as expressões Universidades de Excelência ou de Classe Mundial terem ganhado notoriedade nas publicações editadas pelos OIs da primeira década de 2000 em diante, Thiengo e Bianchetti (2018) perceberam que a lógica da diferenciação e criação de centros de excelência vêm compondo as orientações destesOrganismos desde a década de 1990, sendo esta a base para a formação do consenso acerca da diferenciação, que é levada ao paroxismo a partir do modelo de UCM. Em 2014, a publicação Times Higher Education (THE), responsável pelo ranking de mesmo nome, lançou em seu site a média das 200 primeiras IES. Elisabeth Dudziak (2015) referiu que Phil Baty, editor da Times Higher Education World University Ranking, apresentou que as universidades classe mundial Top 200, que representam 1% das melhores universidades do mundo. Segundo revisão de Thiengo (2018, p. 108-9), SALMI e SAROYAN (2007) afirmam que as UCMs devem estar estreitamente articuladas com: a) a estratégia de desenvolvimento econômico e social do país; b) as mudanças em curso e as reformas previstas nos níveis inferioresdo sistema de ensino; c) os planos para o desenvolvimento de outros tipos de instituições de educação superior, para construir um sistema orientado para a tecnologia e que integre ensino, pesquisa e instituições. Em revisão da literatura Serva et al (2017) apresentam que os cursos oferecidos por universidades que ocupam as primeiras colocações em rankings internacionais, enquadradas dentro das chamadas UCM, constituem um segmento restrito de IES de elite que procuram estar no topo dos sistemas internacionais de ensino superior localizadas em um grupo seleto de países. Estas instituições são consideradas as melhores do mundo globalizado. CONCLUSÕES: A excelência acadêmica e científica na educação superior é almejada por um grande número de instituições, levando a uma grande valorização dos rankings universitários que classificam e, indiretamente, orientam o desenvolvimento dessas instituições.

The World Development Report 1998/99 (El Informe sobre el Desarrollo Mundial 1998/99 :) - Knowledge for Development (World Bank, 1999) proposed an analytical framework that emphasizes the complementary role of four strategic dimensions to guide countries in their transition to a knowledge-based economy: an adequate economic and institutional regime, a strong human capital base, a dynamic information infrastructure and an efficient national innovation system (SALMI, 2009, p. xv, xvi). The dimensions mentioned above are pillars to be followed in the search for academic and scientific “excellence”. REVIEW: Especially since the 2000s, as highlighted by Thiengo and Bianchetti (2018), different actors, namely International Organizations (IOs), experts and think tanks, as well as different strategies, among which stand out the rankings, have acted and been used in order to corroborate the need to achieve this “excellence” based on a new university model, the World Class University, also called Universities of Excellence and / or World Class Universities (UCM). Although the terms Universities of Excellence or World Class have gained notoriety in publications published by OIs from the first decade of 2000 onwards, Thiengo and Bianchetti (2018) realized that the logic of differentiation and creation of centers of excellence have been composing the guidelines of these Organisms since the 1990s, this being the basis for the formation of a consensus about differentiation, which is brought to paroxysm from the UCM model. In 2014, the publication Times Higher Education (THE), responsible for the ranking of the same name, launched on its website the average of the first 200 HEIs. Elisabeth Dudziak (2015) mentioned that Phil Baty, editor of the Times Higher Education World University Ranking, presented that the top 200 world class universities, which represent 1% of the best universities in the world. According to a review by Thiengo (2018, p. 108-9), SALMI and SAROYAN (2007) state that UCMs must be closely linked to: a) the country's economic and social development strategy; b) the changes underway and the reforms envisaged in the lower levels of the education system; c) plans for the development of other types of higher education institutions, to build a technologyoriented system that integrates teaching, research and institutions. In a literature review Serva et al (2017) show that the courses offered by universities that occupy the first places in international rankings, framed within the so-called UCM, constitute a restricted segment of elite HEIs that seek to be at the top of international education systems higher education located in a select group of countries. These institutions are considered the best in the globalized world. CONCUSIONS: Academic and scientific excellence in higher education is sought by a large number of institutions, leading to a great appreciation of the university rankings that classify and, indirectly, guide the development of these institutions. According to a review by Thiengo (2018, p. 108-9), SALMI and SAROYAN (2007) state that UCMs must be closely linked to: a) the country's economic and social development strategy; b) the changes underway and the reforms envisaged in the lower levels of the education system; c) plans for the development of other types of higher education institutions, to build a technologyoriented system that integrates teaching, research and institutions. In a literature review Serva et al (2017) show that the courses offered by universities that occupy the first places in international rankings, framed within the so-called UCM, constitute a restricted segment of elite HEIs that seek to be at the top of international education systems higher education located in a select group of countries. These institutions are considered the best in the globalized world. CONCLUSIONS: Academic and scientific excellence in higher education is sought by a large number of institutions, leading to a great appreciation of the university rankings that classify and, indirectly, guide the development of these institutions.