O lugar da saúde e a saúde do lugar: dengue e covid19 relacionadas à urbanização, perspectivas de Campinas e Coreia do Sul
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Autor
Orientador
Bueno, Laura Machado de MelloData de publicação
05/12/2024Tipo de conteúdo
Tese de doutoradoPrograma de Pós-Graduação
Arquitetura e UrbanismoDireitos de acesso
Acesso abertoMetadados
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa visa explorar a relação entre o ambiente urbano, as características populacionais, a recente pandemia de Covid-19 e os surtos recorrentes de dengue no Brasil, com foco no município de Campinas, São Paulo. Parte-se do pressuposto de que ambas as doenças têm uma conexão significativa com a organização do espaço urbano. Campinas é conhecida por sua história de incidentes de dengue, enfrentou e enfrenta atualmente o desafio duplo de gerenciar ambas as doenças, que sobrecarregam significativamente o sistema de vigilância e de saúde. O objetivo principal do estudo é compreender a distribuição espacial dos casos de Covid-19 e dengue usando tecnologias geoespaciais e dados secundários socioeconômicos do IBGE. A abordagem empregará análise de dados geoprocessados e estatísticos para identificar áreas críticas com aglomerados significativos e examinar a relação com o desenvolvimento urbano de Campinas, considerando fatores como densidade populacional, acesso à saúde, saneamento e habitação. A pesquisa se desdobrou em três fases: coleta de dados do sistema de saúde pública de Campinas, análise espacial e mapeamento de aglomerados de doenças, em seguida, se desenvolveu uma análise comparativa com a situação vivenciada em municípios na Coreia do Sul, país inicialmente referência no controle da doença, porém, que presenciou situações semelhantes ao território brasileiro no caso da Covid-19, e por fim, uma análise comparativa com o município de Fortaleza tido como referência no controle da dengue, ambas com o objetivo de aprofundar a discussão dos aspectos urbanos relevantes para a disseminação da doença. Compreendendo a dengue e Covid-19 como semelhantes no sentido de que ambas são diretamente influenciadas por fatores urbanos como densidade populacional e infraestrutura de saúde, afetando sua disseminação e gestão. Os resultados são sintetizados para discutir a complexa relação entre planejamento urbano e transmissão de doenças. Ao integrar epidemiologia, análise espacial e planejamento urbano, esta pesquisa visa contribuir para a compreensão das dinâmicas socioespaciais em territórios urbanos e seu papel na disseminação de doenças, buscando conectar as consequências da pandemia e a recorrência persistente da dengue no contexto do desenvolvimento urbano.
This research aims to explore the relationship between the urban environment, population characteristics, the recent Covid-19 pandemic, and recurring dengue outbreaks in Brazil, focusing on the municipality of Campinas, São Paulo. The study is based on the premise that both diseases have a significant connection to urban space organization. Campinas, known for its history of dengue incidents, has faced and continues to face the dual challenge of managing both diseases, which significantly burden the surveillance and health system. The main objective is to understand the spatial distribution of Covid-19 and dengue cases using geospatial technologies and secondary socioeconomic data from IBGE. The approach employs geoprocessed and statistical data analysis to identify critical areas with significant clusters and examine their relationship with Campinas' urban development, considering factors such as population density, healthcare access, sanitation, and housing. The research unfolded in three phases: data collection from Campinas' public health system, spatial analysis and disease cluster mapping, followed by comparative analyses with South Korea's municipalities, initially a reference in disease control, and the municipality of Fortaleza, considered a reference in dengue control. Both dengue and Covid-19 are understood as similar in that they are directly influenced by urban factors such as population density and health infrastructure, affecting their spread and management. The results are synthesized to discuss the complex relationship between urban planning and disease transmission. By integrating epidemiology, spatial analysis, and urban planning, this research aims to contribute to understanding socio-spatial dynamics in urban territories and their role in disease spread, seeking to connect the consequences of the pandemic and the persistent recurrence of dengue in the context of urban development.
Palavras-chave
Epidemias urbanasAnálise espacial
Saúde pública
Desigualdades socioespaciais
Sistema de Informação Geográfica (SIG)
Urban epidemics
Spatial analysis
Public health
Socio-spatial inequalities
Geographic Information System (GIS)