| dc.description.abstract | É fato que existe atualmente uma rei-vindicação para a recuperação da dimensão mística da religião. O mundo globalizado se encontra farto de vivências religiosas institu-cionais e faminto de espiritualidade. A mística, no entanto, não é um fenômeno de fácil com-preensão. Os místicos tendem a expressar sua experiência “celebrando a negação”. Para eles, o encontro com o Mistério implica ultra-passar todas as mediações que as tradições religiosas vão estabelecendo como apoios – ritos, mitos, interditos – para o encontro com o Sagrado. A mística nos remete à experiên-cia religiosa na intimidade, impossível de co-municar em palavras. A linguagem mística é apofática, se refere ao que não pode ser dito, mas precisa ser expresso, porque é revelação divina. A arte com seu poder evocativo e não disponível tem, é certo, um grande potencial para a expressão da experiência mística e também para a compreensão do fenômeno místico. Esse trabalho propõe uma leitura do poema “O grande circo místico” de Jorge de Lima, onde a busca do transcendente é representada na saga de uma família de artistas de circo, com o objetivo de destacar elementos importantes para a compreensão do fenômeno místico, mais especificamente da mística cristã que tem no centro do seu anúncio a encarnação de Deus | |