O imaginário de adolescentes sobre o esporte: um estudo psicanalítico

Abstract

A presente pesquisa tem como objetivo investigar o imaginário coletivo de adolescentes sobre o esporte. Justifica-se como etapa de um projeto maior de proposição de enquadre diferenciado, a ser utilizado em contextos institucionais, que toma o esporte como mediação brincante. Organiza-se metodologicamente ao redor do uso do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema em entrevista psicológica coletiva de que participaram dezenove adolescentes, que frequentam uma ONG dedicada à profissionalização de adolescentes pertencentes a famílias de baixa renda. Esta entrevista registrou-se por meio de narrativa transferencial, que abrange interações, ocorrências e impressões subjetivas da pesquisadora. A consideração do conjunto do material à luz do método psicanalítico permite a produção interpretativa de quatro campos de sentido afetivo-emocional: “Esporte é sucesso”, “Esporte é coragem”, “Esporte é saúde” e “Esporte é perigo”. O quadro geral indica que predomina uma visão favorável, ainda que utilitária, sobre a atividade esportiva, o que não desaconselha a proposição de seu uso na clínica psicológica.

This research aims at investigating the collective imaginary of teenagers on sport. It is justified as part of a larger project, which aims at proposing a differentiated setting to be used in institutional contexts and which has sport as playful mediation. It is methodologically organized around the use of the Themed Drawing-Stories Procedure in a collective psychological interview with nineteen teenagers who attend a NGO dedicated to professionalizing teenagers from lowincome families. This interview was registered through a transferential narrative encompassing interactions, happenings, and the researcher’s subjective impressions. Considering the production under the psychoanalytical method allows for the creation of four affective-emotional meaning fields: “Sport is success”, “Sport is courage”, “Sport is healthy” and “Sport is dangerous”. The overall picture indicates the predominance of a favorable, though utilitarian, view on sport, which does not disfavor its use in psychological clinic.