Instrumentos de avaliação em apraxia de fala infantil

Abstract

Introdução: Segundo a American Speech-Language-Hearing Association, a “apraxia de fala na infância é um transtorno neurológico dos sons da fala que afeta a precisão e a consistência dos movimentos articulatórios necessários na produção dos sons, na ausência de déficits neuromusculares”. Ela é complexa e apresenta alta variabilidade, o que dificulta seu diagnóstico que é feito geralmente com base em exclusão de outras doenças e em critérios subjetivos. Objetivo: Verificar quais instrumentos são utilizados na prática fonoaudiológica para a avaliação da apraxia de fala infantil. Método: Pesquisa básica quantitativa e qualitativa, de caráter exploratório, realizada através de uma revisão de literatura. Foram selecionados artigos da base de dados Scielo e Pubmed que citam os instrumentos de avaliação e que atendem aos critérios de exclusão e inclusão. Posteriormente, os instrumentos selecionados foram classificados quanto ao tipo em testes/tarefas, marcadores/índices e protocolos. Os identificados como testes/tarefa foram categorizados de acordo com a área avaliada e os protocolos foram agrupados de acordo com sua função. Resultados: Foram selecionados artigos de 6 países diferentes e a metade desses artigos é de origem norte-americana. Isso sugere que os EUA se encontram à frente das pesquisas na área de apraxia de fala infantil. A maioria dos estudos utilizou uma combinação de testes. O uso de marcadores e índices, na maioria das vezes, acontece, concomitantemente, com outro tipo de avaliação e o uso da combinação de diferentes testes superou o uso de protocolos. Os principais testes/tarefas utilizados na avaliação foram os que avaliavam a produção e repetição de sílabas e palavras, os que analisavam a produção dos sons da fala e a prosódia. Nenhum protocolo encontrado nesse estudo foi desenvolvido no Brasil para a população falante do português do Brasil. A falta de estudos realizados no Brasil pode ser um motivo que justifique a escassez de protocolos elaborados para os falantes do português do Brasil. Conclusão: Acredita-se que a divergência existente entre os profissionais sobre os critérios diagnósticos da AFI contribua para a grande quantidade de instrumentos e a falta de padronização na avaliação desse distúrbio, sendo necessário novos estudos sobre a AFI, a fim de melhorar a qualidade e a precisão diagnóstica.

Introduction: According to the American Speech-Language-Hearing Association, childhood apraxia of speech is a neurological speech sound disorders that affects the accuracy and consistency of articulatory movements required for speech sounds, in the absence of neuromuscular deficits. “It is complex and highly variable, making the diagnosis challenging, typically relying on the exclusion of other conditions and subjective criteria. Objective: To determine which tools are used in speech. Method: Quantitative and qualitative basic research, of an exploratory nature, conducted through a literature review. Articles from the Scielo and PubMed databases that mention assessment instruments and meet exclusion and inclusion criteria ere selected. Subsequently, the selected instruments were classified according to the assessed area, and protocols were categorized based on their function. Results: Most studies used a combination of tests. The use of markers and indices often occurred concurrently with another type of assessment, and the combination of different tests exceeded the use of protocols. The primary tests/tasks used in the assessment evaluated the production and repetition of syllables and words, analyzed speech sound production, and prosody. Thus, none of the protocols found in this study were developed in Brazil for Portuguese-speaking populations. Articles from six different countries were selected, with half of them originating from the United States, suggesting that the U.S. leads research in the childhood apraxia of speech field. The lack of studies conducted in Brazil may explain the scarcity of protocols developed for the Portuguese-speaking populations. Conclusions: It is believed that the existing divergence among professionals regarding childhood apraxia od speech diagnostic criteria contributes to the abundance of tools, and still the lack of standardization in the assessment of this disorder. Further studies on childhood apraxia of speech are needed to improve the quality and diagnostic accuracy.