| dc.description.abstract | É com imensa satisfação que a Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade
Católica de Campinas apresenta a antologia do 11.º Concurso Literário. Mais do que
uma simples coletânea, o volume que o leitor tem em mãos é um vibrante testemunho
da criatividade que permeia nossa comunidade acadêmica. Ao percorrermos os textos,
vemos vozes de vários cursos de graduação, além de programas de Especialização,
Mestrado e Doutorado, provando que a expressão literária é uma ponte que conecta
toda a comunidade universitária. Nesta edição, os textos premiados, ainda que vindos
de origens tão diversas, parecem conversar entre si.
O primeiro grande fio condutor é o tempo como personagem. Ele não é apenas
um cenário, mas uma força ativa que confronta, destrói e define. O tempo surge como
destino fatal em Bomba-relógio e como um passado ancestral que precisa ser revisto em
Operação Florença. É a nostalgia que nos mede contra o que fomos, como na visita à
pedreira em Entre a sombra e o tempo, e a memória afetiva de um brinquedo em Entre
trilhos de ferrorama e sonhos [...]. Acima de tudo, o tempo é a marca da perda, sentida no
silêncio de uma A ausência em forma de janela e televisão ou nos “cinco anos de silêncio”
que assombram a narradora de Through the Window.
Outro tema que une as obras é a vulnerabilidade da conexão. Os textos
exploram com coragem o que acontece quando nos abrimos ao outro — seja o risco,
seja a cura, seja a dor. Vemos a potência da intimidade que acolhe e cura em Aquarela
em Refrão e na jornada de recuperação de This too shall pass. Essa ternura é celebrada
em poemas como Como habitar outro corpo e She's all soft. Em contrapartida, os autores
também exploram o perigo da conexão: a intensidade que afoga em Pirata, a
vulnerabilidade pública do corpo em Carne e a intimidade volátil de Zoocose.
Finalmente, a antologia se debruça sobre legado e identidade, questionando
quem somos em relação às nossas famílias e aos papéis que desempenhamos. Seja
consertando o relógio do avô, confrontando a falência dos antepassados ou
simplesmente um pai se permitindo “ser criança de novo” em Venâncio e a volta à
infância, os textos investigam o peso e a libertação de sermos quem somos.
Parabenizamos calorosamente todos os participantes e, em especial, os
vencedores que compõem esta obra.
Convidamos você, leitor, a mergulhar nestas páginas e descobrir as múltiplas
conexões que fazem desta antologia um reflexo tão rico do nosso tempo e da nossa
humanidade.
Boa leitura!
Comissão Organizadora do 11.º Concurso Literário da PUC-Campinas | |