A violência obstétrica em suas modalidades fisicamente invasivas no brasil: uma análise comparativa com a mutilação genital feminina
Abrir arquivo
Autor
Orientador
Peruzzo, Pedro PulzattoData de publicação
13/12/2024Tipo de conteúdo
Dissertação de mestradoPrograma de Pós-Graduação
DireitoDireitos de acesso
Acesso abertoMetadados
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a violência obstétrica no Brasil sob a perspectiva dos direitos humanos, utilizando procedimentos metodológicos de revisão bibliográfica dos documentos localizados nas plataformas SciELO, Scopus e Google Acadêmico através dos prescritores selecionados, bem como dos dados obtidos nas pesquisas “Nascer Brasil 1” e “Nascer Brasil 2”, com a finalidade de sistematizar e analisar qualitativamente os dados obtidos em termos de violência obstétrica no Brasil, análise de casos, especificamente os casos Brítez Arce vs. Argentina e Alyne Pimentel vs. Brasil, bem como a análise de conteúdo dos tratados internacionais de proteção de direitos humanos dentro dos sistemas global e regionais, em especial o Sistema Africano, para responder à seguinte questão: a violência obstétrica em suas formas físico-invasivas (episiotomia, excesso de sutura vaginal, manobra de Kristeller e quaisquer outras formas de tratamento físico que intervém no corpo da mulher sem consentimento ou razão médica durante o trabalho de parto) podem ser consideradas uma forma de mutilação genital feminina e, portanto, passível de ser analisada com base em standards normativos de direitos humanos aplicáveis às práticas culturais que ainda praticam esse procedimento? A mutilação genital feminina é reconhecida por organismos e documentos internacionais de direitos humanos como uma violação dos direitos das mulheres, porque tem no seu carácter intrínseco a violência baseada no género, ainda que seja perpetrada por seus aspectos culturais, religiosos e de identidade social. A hipótese que orientou esta pesquisa é que se a episiotomia, o excesso de sutura vaginal e a manobra de Kristeller são práticas que agridem a integridade física da mulher e, na maioria dos casos, sem razão médica, tal prática poderia ser abordada numa perspectiva de garantia e promoção dos direitos humanos das mulheres apoiada nas construções normativas e jurisprudenciais que combatem a mutilação genital feminina como prática cultural ao redor do mundo. Trata-se, portanto, de uma pesquisa que se apoia num movimento de cooperação internacional para a erradicação de todas as formas de violência contra a mulher.
This research aims to analyze obstetric violence in Brazil from the perspective of human rights, using the methodological procedures of bibliographic review of documents located on the platforms SciELO, Scopus and Google Academic, through the selected prescribers, analysis of data obtained in the surveys "Nascer Brasil 1" and "Nascer Brasil 2", with the purpose of qualitatively analyzing the data obtained in terms of obstetric violence in Brazil, analysis of jurisprudence, specifically the cases Brítez Arce vs. Argentina and Alyne Pimentel vs. Brazil, as well as the analysis of the content of international treaties for the protection of human rights within the global and regional systems, especially the African system, to answer the following question: obstetric violence in its physical-invasive forms (episiotomy, excess vaginal suture, Kristeller’s maneuver and any other forms of physical treatment that intervenes in the woman’s body without consent or medical reason during labor) may be considered a form of female genital mutilation and, therefore, capable of being analyzed based on normative human rights standards applicable to cultural practices that still use this procedure today? It is also important to state that female genital mutilation is recognized by international human rights bodies and documents as a violation of women’s rights, because it has in its intrinsic character gender-based violence, still, the said practice is perpetuated by its cultural, religious and social identity aspects that help to keep this tradition alive until today. The hypothesis that guided this research is that if episiotomy, excess vaginal suture and Kristeller’s maneuver are practices that alter the woman’s physique and, in most cases, without medical reason, such practices could be approached in a perspective of guaranteeing and promoting women’s human rights supported by normative and jurisprudential constructions that combat female genital mutilation as a cultural practice around the world. It is therefore a research based on an international cooperation movement for the eradication of all forms of violence against women.
Esta investigación tiene como objetivo analizar la violencia obstétrica en Brasil desde la perspectiva de los derechos humanos, utilizando procedimientos metodológicos de revisión bibliográfica de los documentos ubicados en las plataformas SciELO, Scopus y Google Académico a través de los prescriptores seleccionados, análisis de los datos obtenidos en las investigaciones "Nascer Brasil 1" y "Nascer Brasil 2", con el fin de analizar cualitativamente los datos obtenidos en términos de violencia obstétrica en Brasil, análisis de jurisprudencia, específicamente los casos Brítez Arce vs. Argentina y Alyne Pimentel vs. Brasil, así como el análisis de contenido de los tratados internacionales de protección de derechos humanos dentro de los sistemas globales y regionales, en especial el Sistema Africano, para responder a la siguiente pregunta: la violencia obstétrica en sus formas físicamente invasivas (episiotomía, sutura vaginal excesiva, maniobra de Kristeller y cualquier otra forma de tratamiento físico que interviene en el cuerpo de la mujer sin consentimiento o razón médica durante el parto) pueden ser consideradas una forma de mutilación genital femenina y, por lo tanto, susceptibles de ser analizadas en base a estándares normativos de derechos humanos aplicables a las prácticas culturales que se valen aún hoy de este procedimiento? Inicialmente es importante afirmar que la mutilación genital femenina es reconocida por organismos y documentos internacionales de derechos humanos como una violación de los derechos de las mujeres, porque tiene en su carácter intrínseco la violencia basada en el género, Además, dicha práctica se perpetúa por sus aspectos culturales, religiosos y de identidad social que ayudan a mantener viva esta tradición hasta nuestros días. La hipótesis que ha orientado esta investigación es que si la episiotomía, el exceso de sutura vaginal y la maniobra de Kristeller son prácticas que alteran el físico de la mujer y, en la mayoría de los casos, sin razón médica, tal práctica podría ser abordada en una perspectiva de garantía y promoción de los derechos humanos de las mujeres apoyada en construcciones normativas y jurisprudenciales que combaten la mutilación genital femenina como práctica cultural alrededor del mundo. Se trata, por tanto, de una investigación que se apoya en un movimiento de cooperación internacional para la erradicación de todas las formas de violencia contra la mujer.
Cette recherche a pour objectif d’analyser la violence obstétricale au Brésil sous l’angle des droits de l’homme, en utilisant des procédures méthodologiques de révision bibliographique des documents situés sur les plateformes SciELO, Scopus et Google Academic à travers les prescripteurs sélectionnés, analyse des données obtenues dans les recherches "Nascer Brasil 1" et "Nascer Brasil 2", afin d’analyser qualitativement les données obtenues en termes de violence obstétricale au Brésil, analyse de la jurisprudence, en particulier les affaires Brítez Arce c. l’Argentine et Alyne Pimentel c. le Brésil, ainsi que l’analyse du contenu des traités internationaux de protection des droits humains dans les systèmes mondiaux et régionaux, en particulier le système africain, pour répondre à la question suivante: la violence obstétricale dans ses formes physiquement invasives (épisiotomie, suture vaginale excessive, manœuvre de Kristeller et toute autre forme de traitement physique intervenant dans le corps de la femme sans consentement ou raison médicale pendant le travail) peuvent être considérées comme une forme de mutilation génitale féminine et donc être analysées sur la base des normes normatives des droits humains applicables aux pratiques culturelles qui utilisent encore aujourd’hui cette procédure? Il est important de préciser que la mutilation génitale féminine est reconnue par les organes et les documents internationaux des droits humains comme une violation des droits des femmes, car elle a dans son caractère intrinsèque la violence basée sur le genre, encore, cette pratique est perpétrée par ses aspects culturels, religieux et d’identité sociale qui aident à maintenir cette tradition vivante jusqu’à nos jours. L’hypothèse qui a orienté cette recherche est que si l’épisiotomie, l’excès de suture vaginale et la manœuvre de Kristeller sont des pratiques qui altèrent le physique de la femme et, dans la plupart des cas, sans raison médicale, cette pratique pourrait être abordée dans une perspective de garantie et de promotion des droits humains des femmes appuyée sur les constructions normatives et jurisprudentielles qui combattent la mutilation génitale féminine comme pratique culturelle à travers le monde. Il s’agit donc d’une recherche qui s’appuie sur un mouvement de coopération internationale pour l’éradication de toutes les formes de violence à l’égard des femme.
Palavras-chave
Violência obstétricaMutilação genital feminina
Violência de gênero
Cooperação internacional em direitos humanos
Obstetric violence
Female genital mutilation
Gender-based violence
International cooperation in human rights
Violencia obstétrica
Mutilación genital femenina
Violencia de género
Cooperación internacional en derechos humanos
Violence obstétricale
Mutilation génitale féminine
Violence sexiste
Coopération internationale en matière de droits humains
Linguagem
PortuguêsFinanciador
Não recebi financiamentoEste item aparece nas seguintes coleções:
Itens relacionados
Apresentado os itens relacionados pelo título, autor e assunto.
-
"A menina abrigada não tem ninguém”: encontros narrativos sobre a violência intrafamiliar
Bonfatti, Sofia Creato (Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), 2022-06-28)A violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes é um problema de saúde pública que frequentemente resulta no afastamento do lar de origem tendo como destino dramático o acolhimento institucional. Sua natureza ... -
Opiniões de homens sobre a violência doméstica contra a mulher
Magrin, Juliana Cristina (PUC Campinas, 2022-02-08)A violência doméstica contra a mulher é considerada um problema de saúde pública que afeta individualidades e o contexto social. Estudos têm se dedicado à análise desse fenômeno complexo e multifacetado, porém existem ... -
Contos sem fadas: mães e filhos em situação de violência doméstica
Corbett, Elisa (PUC-Campinas, 2014-02-27)O presente estudo objetiva investigar a experiência emocional de mulheres-mães em situação de violência, visando demonstrar que a violência doméstica contra a mulher atinge sistematicamente os seus filhos, causando sofrimento ...