Vozes Silenciadas: A mulher artista, o espaço escolar e a luta pela visibilidade

Abstract

Este trabalho investiga a marginalização histórica das mulheres artistas e sua sub-representação no campo das artes, integrando pesquisa teórica e prática pedagógica através de um Plano de Curso estruturado em quatro fases: (1) análise crítica das desigualdades de gênero na história da arte e levantamento de artistas mulheres; (2) debates coletivos sobre os resultados; (3) produção criativa (elaboração de jogo da memória e retratos das artistas estudadas); e (4) exposição dos trabalhos em mostra cultural. O estudo evidencia como obstáculos institucionais e sociais restringiram o reconhecimento profissional das artistas, examinando a atuação do feminismo na conquista de visibilidade, ao mesmo tempo que revela o paradoxo entre a hegemonia feminina no ensino artístico e sua escassa representação nos currículos e narrativas históricas. Ao analisar o duplo papel das mulheres como criadoras e educadoras, a pesquisa oferece uma reflexão crítica sobre a historiografia e os estereótipos de gênero, demonstrando como tanto o sistema artístico quanto as práticas educativas reproduzem e reforçam assimetrias. Articulando fundamentação teórica, produção criativa e intervenção pedagógica, o trabalho defende que o ensino artístico, ao questionar estereótipos e destacar contribuições femininas, possui potencial para transformar cânones estabelecidos e avançar na equidade de gênero, valorizando efetivamente as vozes e realizações das mulheres, estimulando novas gerações e contribuindo para uma sociedade mais diversa e inclusiva.

This study examines the historical marginalization and underrepresentation of women artists in the arts, combining theoretical research and pedagogical practice through a structured Course Plan divided into four phases: (1) critical analysis of gender inequalities in art history and documentation of women artists; (2) collective discussions on findings; (3) creative production (development of a memory game and portraits of the studied artists); and (4) exhibition of works in a cultural showcase. The research highlights how institutional and social barriers have limited professional recognition for women artists, exploring feminism’s role in increasing visibility while exposing the paradox between women’s predominance in art education and their scarce representation in curricula and historical narratives. By analyzing women’s dual roles as creators and educators, this work offers a critical reflection on art historiography and gender stereotypes, revealing how both the art system and educational practices reproduce and reinforce asymmetries. Bridging theoretical foundations, creative production, and pedagogical intervention, the study argues that art education—when challenging stereotypes and centering women’s contributions—can transform established canons and advance gender equity. This approach not only amplifies women’s voices and achievements but also inspires future generations, fostering a more diverse and inclusive society.